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Prémio Fernando Távora 21ª edição 

O arquiteto Rafael Sousa Santos é o vencedor da 21.ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta intitulada “Arquitetura da Pequena Pesca”. O resultado foi anunciado pelo júri do prémio a 20 de outubro de 2025.

Júri: Joel Cleto (figura de relevo cultural externa ao campo disciplinar da arquitetura), Andrea Soutinho (indicada pela Fundação Marques da Silva), Miguel Judas (indicado pela Casa da Arquitectura) e Michele Cannatà (em representação da SRN) e João Moura Martins (designado pela família do Arquiteto Fernando Távora)
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos - Adriana Floret (vogal do pelouro da Cultura), Joana Graça (assessoria)
Design gráfico: Studio Pê
Patrocínio: Ageas Seguros

Regulamento da 21ª edição
Notícia do Lançamento
Anúncio do Vencedor
Proposta "Arquitetura da Pequena Pesca"

Segundo o Júri, “a viagem e investigação propõe-se documentar e valorizar a dimensão arquitetónica e espacial das comunidades piscatórias de pequena escala ao longo da costa portuguesa. Um setor em declínio e muitas vezes desvalorizado face à pesca industrial, a pequena pesca é vital para o emprego, para a ecologia marinha — devido aos seus métodos mais seletivos — e para a coesão social em Portugal.
A proposta defende que a arquitetura destas comunidades tem sido secundarizada, mas é fundamental para entender a sua relação com o mar e para a sua salvaguarda. O projeto prevê a realização de um levantamento nacional da ‘arquitetura da pequena pesca’, atualmente inexistente em Portugal. A partir do mapeamento inicial de 80 portos marítimos, dos seus assentamentos costeiros e das respetivas áreas de atuação marítima, é sugerida a seleção de cinco casos de estudo, um por região costeira (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), para uma caracterização espacial aprofundada."

 

 

Biografia do vencedor Rafael Sousa Santos

Rafael Sousa Santos é arquiteto e investigador doutorado na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, integrado no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo. Entre 2021 e 2022, foi investigador visitante no Politecnico di Milano, onde colaborou em duas unidades curriculares de projeto do mestrado em Arquitetura. Em 2022, foi investigador visitante no Massachusetts Institute of Technology, como bolseiro Fulbright. Tem participado como revisor e orador convidado em diversas instituições, incluindo a Università degli Studi di Palermo, a Università degli Studi “Gabriele d’Annunzio” di Pescara, o Politecnico di Milano, a École Nationale d’Architecture de Marrakech, a Chinese University of Hong Kong e o Massachusetts Institute of Technology. Publica regularmente e participa em conferências sobre temas como o ensino do projeto, desenho e as ferramentas de representação, métodos de investigação qualitativa, história da arquitetura e planeamento urbano. Co-editou o volume Collaborations: Rethinking Architectural Design (Transcript, 2023), da revista Dimensions – Journal of Architectural Knowledge, da Technical University of Munich. Atualmente, é investigador postdoc no projeto Fishing Architecture, financiado pelo European Research Council.

 
Composição de Júri

Joel Cleto (Porto, 1965) é arqueólogo, historiador e divulgador do património. Licenciado em História e Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, frequentou cursos e estágios de pós-graduação no Laboratório de Antropologia da Universidade de Rennes (França) e no Museu Arqueológico de Barcelona. É formador de professores nas áreas de Arqueologia e História, acreditado pela Universidade do Minho, e Professor Convidado na European Business School/ISAG, onde obteve o título de Especialista e integra o centro de investigação. Desde 2006 é autor e apresentador de programas semanais sobre História e Património no Porto Canal, tendo sido nomeado para o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores e distinguido com dois prémios da Associação Portuguesa de Museologia. Colabora com o Museu do Futebol Clube do Porto desde a sua conceção. Esteve ligado à Câmara Municipal de Matosinhos entre 1987 e 2014, onde exerceu funções como arqueólogo, Chefe da Divisão de Cultura e Museus e diretor do Museu da Quinta de Santiago, participando na criação de estruturas municipais dedicadas à arqueologia, história e património. Dirigiu e integrou diversas intervenções arqueológicas, designadamente na Serra da Aboboreira, Baião e Marco de Canaveses. É autor de vários livros, ensaios e estudos, colaborador permanente da revista O Tripeiro e curador de diversos museus e projetos patrimoniais recentes. Recebeu as Medalhas Municipais de Mérito do Porto e de Matosinhos.

Michele Cannatà, arquiteto, doutor em arquitetura, docente na ESAP desde 1997. Desde 1984 trabalha com Fátima Fernandes com a qual funda a Cannatà & Fernandes arquitectos. Em 1989 obtêm Menção especial em 1989 no Prémio Internacional de Arquitectura "A. Palladio" Em 1991 è finalistas no mesmo Prémio. Em 1996 foi-lhes atribuído o Prémio "Piranesi”. Em 2004 recebe o Prémio Arqueologia Industrial, com o livro Moderno Escondido atribuído pelo TICCIH - The International Committee for the Conservation of the Industrial. Em 2012 obtêm Medalha de Prata Premio Internacional Domus Conservação e Restauro com a reabilitação da Pousada de Picote. As suas obras e projectões realizados, estiveram presentes em várias exposições individuais e coletivas, e, têm sido solicitados por universidades e instituições culturais para falar sobre os seus projetos. As suas obras e projetos encontram-se publicados em revistas e monografias de arquitetura.

Andrea Soutinho é licenciada em Arquitetura (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 1992), com Seminário de Pré-profissionalização subordinado ao tema "PAC – Projeto Assistido por Computador". É Vice-Presidente do Conselho Geral da Fundação Instituto Marques da Silva e Professora na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, no Curso de Gestão Hoteleira em Alojamento, Módulo “Funcionalidades e Design Aplicado à Hotelaria”. Desenvolve a sua atividade profissional, como arquiteta, no Porto em projetos de vários temas: Equipamentos, Habitação Coletiva e Unifamiliar, Urbanismo.

Miguel Judas (Lisboa, 1969) é arquiteto, formado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Lusíada de Lisboa, onde concluiu a licenciatura em Arquitetura em 1994. Em 2006 completou o Curso de Estudos Avançados em Cultura Arquitetónica Moderna e Contemporânea na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, sendo atualmente doutorando no Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa. Desenvolveu atividade docente na área de Projecto nas universidades Lusófona e Moderna de Lisboa entre 1996 e 2007, e no ISCTE entre 2020 e 2023. Lecionou igualmente Ética Profissional na IE University entre 2016 e 2019. Colabora com diversos ateliers de arquitetura desde 1991, tendo fundado em 1996 o atelier Antárctico, arquitectura e, em 2002, o atelier Miguel Judas, arquitecto, onde exerce a sua actividade profissional como arquiteto e consultor. Integrou a equipa da região de Lisboa e Vale do Tejo do Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal, promovido pela Ordem dos Arquitectos, entre 2004 e 2005. Foi membro do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitectos nos mandatos de 2008–2010 e 2011–2013. No âmbito do Docomomo, integrou a Comissão Técnica do Docomomo Ibérico entre 2009 e 2017, foi Vice-Presidente do Docomomo Ibérico entre 2013 e 2015 e membro da Assembleia Geral do Docomomo Internacional entre 2014 e 2021. Desde 2023, é membro do Conselho Fiscal do Docomomo Portugal.

João Moura Martins frequentou o curso industrial na Escola Infante D. Henrique e desenvolve atividade na área das antiguidades desde 1984, ano em que passou a participar regularmente em vários salões especializados. Nesse mesmo ano abriu a sua primeira loja de antiguidades, objetos de arte e design, em parceria com o irmão, o arquiteto Carlos Martins, projeto que manteve até 1991. A partir desse período, consolidou um percurso próprio no cruzamento entre antiguidades, arte e design contemporâneo. Em 1991 inaugurou uma nova loja na Rua da Meditação, no Porto, onde permanece em atividade até ao presente. O espaço foi projetado pelos arquitectos Carlos Martins e Elisiário Miranda e apresenta mobiliário restaurado de elevada qualidade, objetos raros e peças produzidas no contexto de colaborações com arquitetos portugueses. Ao longo do seu percurso desenvolveu diversas colaborações e produções. Em 1986 trabalhou com o arquiteto Álvaro Siza na produção do espelho Álvaro e da livreira Helena. Em 1991 colaborou com o arquiteto Fernando Távora na produção de mobiliário. Em 1992 integrou a iniciativa 1:1 Design com os arquitetos Pedro Ramalho, Ana Losa e Francisco Mourão. Posteriormente, colaborou com o arquiteto Cláudio Ricca na produção de um candeeiro de parede (1998), com o arquiteto Elisiário Miranda no candeeiro (2022) e, em 2024, com o arquiteto Eduardo Souto Moura na produção do candeeiro Bouro.