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Prémio Fernando Távora 20ª edição 

O Arquiteto Gabriel Weber foi o vencedor da 20ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “Do Benim ao Benim: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais”. O Júri anunciou a atribuição do Prémio numa cerimónia pública decorrida no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, a 7 de outubro, no Dia Mundial da Arquitectura.

Júri: Mónica Baldaque, Teresa Fonseca, Andrea Soutinho, Carlos Prata, Luísa Távora
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos - Adriana Floret (vogal do pelouro da Cultura), Joana Graça (assessoria)
Design gráfico: Studio Pê
Patrocínio: Ageas Seguros

Regulamento da 20ª edição
Notícia do Lançamento
Anúncio do Vencedor
Proposta "Do Benim ao Benim: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais"

O júri identificou-se e subscreveu as palavras da pintora e escritora Mónica Baldaque, que presidiu ao Júri do prémio: 
“Classifico este périplo pela Nigéria, Benim e Brasil, mais como uma expedição, pelo elemento aventura e descobertas, neste caso de vestígios de uma arquitetura local, que, por obedecer a circunstâncias históricas, geográficas não deixa de estar inscrita num quadro global, e de constituir um contributo inspirador e científico para um reconhecimento de um povo com as suas características, leis e sabedorias.

Há uma memória e conhecimentos que devem ser preservados, respeitados, e trazidos à luz de uma nova leitura perante novos cenários. Não é do etnográfico que falamos, que esse situa-se numa superficialidade decorativa. São muito mais profundas as raízes que aqui se procuram e interpretam. Penetrar nesse encantamento é um projeto notável de viajante /arquiteto.”

Na introdução da proposta apresentada pelo vencedor, lê-se “Produto da liberdade, a arquitetura Agudá tem origem no retorno de escravizados libertos do Brasil rumo ao Golfo do Benim. (Re)estabelecidos em África, os Agudás organizam comunidades em torno de uma identidade brasileira inventada, materialmente publicizada pela arquitetura.”

 
Biografia do vencedor Gabriel Weber

Gabriel Weber (Rio de Janeiro, 1997) é arquiteto, mestre pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (2022). Logrou o Prémio Viana de Lima em 2023 de melhor média do curso às disciplinas de Projeto. Transferiu e reiniciou a formação na FAUP em 2017, após um incêndio atingir o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde cursava o segundo ano. É autor do livro “Manual de prácticas del autobús - 474 Jacaré Copacabana” (Barcelona: NoLibros, 2024), desdobramento de sua dissertação de mestrado, finalista do Archiprix Portugal em 2023.
Weber está inscrito no Programa de Doutoramento da FAUP, desenvolvendo a investigação sobre o Projeto Agudá, orientada pelos professores Carla Garrido de Oliveira, da Universidade do Porto, e Roberto Conduru, da Southern Methodist University-Texas. É bolseiro pela FCT – Fundação para Ciência e Tecnologia.
Estagiou no atelier portuense MeroOficina e colaborou com o escritório do arquiteto Adalberto Dias. Paralelamente, participou como freelancer na elaboração de desenhos para o livro “Arquitectura do Bacalhau & Outras Espécies”, de André Tavares e Diego Inglez de Souza (Porto: Dafne, 2022); e para a exposição “Marina Tabassum. Materiais, Movimentos e Arquitetura no Bangla-desh”. (Lisboa: CCB, 2024).

 
Composição de Júri

Laura Mónica Bessa-Luís Baldaque Lobo (Godim, Peso da Régua, 1946) concluiu o Curso Superior de Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1970. Frequentou o Instituto de Restauro Dr. José de Figueiredo, pelo período de dois anos, trabalhando nas oficinas de restauro de pintura. Fez o Curso de Conservador de Museus, tendo seguido a carreira de museologia. Em 1975 foi admitida como Conservadora dos Museus Municipais do Porto. Em 1982 assumiu o cargo de Diretora do Museu Nacional da Literatura, a fim de dar início à sua instalação e ao cumprimento da sua programação. Entre 1986 e 1998, foi convidada a exercer o cargo de Diretora do Museu Nacional de Soares dos Reis, continuando a assegurar, interinamente, o lugar de Diretora do Museu Nacional da Literatura. Dedicou-se ao estudo das Casas-Museu de escritores. Participou como membro do International Counsil of Literary Museums (ICLM) em várias reuniões internacionais dos Museus da Literatura, que tiveram lugar na Rússia, Hungria, França e Holanda.  Em 1989, na XV Conferência Geral do ICOM, realizada em Haia, foi admitida no Comité Internacional dos Museus de Belas Artes (ICFA). Fez exposições individuais de pintura e participei em coletivas. Escreveu e ilustrou diversos livros e outros textos. Hoje, dedica-se à escrita, ao estudo da vida e obra de Agustina Bessa-Luís, e à organização do seu arquivo. 

Teresa Fonseca (n. Guarda) frequentou o curso em Arquitetura pela ESBAP (1970-1976) e estagiou com o arquiteto Álvaro Siza (1976-1980), diplomando-se com Prova pública de Relatório de Estágio em 1980. Simultaneamente com a formação em Arquitetura, obteve o Proficency Certificate in English by Cambridge e o Certificado de Industrial Design Workshop 74 lecionado pelo professor Geral Gullota do Pratt Institute de Nova Iorque. Fez Doutoramento em Arquitetura sob orientação de Álvaro Siza, tendo obtido o grau em 1997. É professora Associada da FAUP desde 2003 e obteve o título de Agregado em 2018. Em 1981 foi admitida por concurso público para lecionar arquitetura na ESBAP transitando para a FAUP em 1985, onde ensinou Projeto até 2002, e depois "Espaço Público e Formas dos Equipamentos" e Teoria do 4º ano do Curso de Arquitetura. Manteve desde 1977 atividade profissional como arquiteta, urbanista e designer, projetou e construiu edifícios de habitação individual e coletiva, edifícios de comércio e de escritórios, edifícios de instalações médicas e laboratórios de investigação. O acervo profissional e académico de Teresa Fonseca integra os arquivos da Casa da Arquitetura /Centro Português de Arquitetura desde 2021. É Professora Jubilada pela FAUP em 2023 e foi distinguida com o título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitecto em 2024. 

 

 

Carlos Prata (Porto, 1950) é arquiteto com prática profissional e Professor Jubilado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Concluiu o Curso de Arquitetura da ESBAP em 1975. Foi sócio dos Arquitetos Arménio Losa e Henrique de Carvalho. Desde 1985 exerce profissão liberal em gabinete próprio. Nos períodos de 1980/1990 e 1999/2020 foi Assistente e depois Professor dos cursos de Arquitectura da ESBAP e da FAUP, onde finalizou em 2015 o Doutoramento em Arquitetura. Foi vogal do Conselho Diretivo da SRN da Associação dos Arquitectos Portugueses (1986/1990), do Conselho Nacional de Delegados da AAP (1992/1995), do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitectos (1998/2001), e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da SRN da OA (2001/2010). Desenvolve projetos de desenho urbano e edificação, tendo sido muitos projetos e obras publicados em inúmeros livros e revistas, nacionais e estrangeiras, tendo muitos sido premiados por diversas entidades públicas e privadas.

Andrea Soutinho é licenciada em Arquitetura (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 1992), com Seminário de Pré-profissionalização subordinado ao tema "PAC – Projecto Assistido por Computador". É Vice-Presidente do Conselho Geral da Fundação Instituto Marques da Silva e Professora na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, no Curso de Gestão Hoteleira em Alojamento, Módulo “Funcionalidades e Design Aplicado à Hotelaria”. Desenvolve a sua atividade profissional, como arquiteta, no Porto em projectos de vários temas: Equipamentos, Habitação Colectiva e Unifamiliar, Urbanismo.

Luisa Teresa Menéres de Tavares e Távora, nasceu no Porto em 1965. Educadora de Infância Licenciada em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, exerceu funções de Educadora de Infância na Câmara Municipal de Porto. Desde 1995 que trabalha na Câmara Municipal de Lisboa, tendo coordenado a Quinta Pedagógica dos Olivais, um projeto de educação ambiental associado às tradições rurais. Atualmente e desde 2006, coordena o programa Universo D|Os Direitos, na Criança e no Jovem, do Departamento para os Direitos Sociais - suportado nos princípios legais da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) e na Declaração Universal do Direitos Humanos (DUDH). A prioridade profissional tem sido desenvolver projetos de Participação com e para crianças e jovens, no âmbito da Educação não formal, Educação para a Cidadania e Educação para os Direitos e Valores Humanos.