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Prémio Fernando Távora 14ª edição 

A proposta "Pelo estremo: Viagem pela viagem de Duarte d’Armas, perspectivas presentes de territórios limiares”, dos Arquitectos Carla Alexandra Garrido de Oliveira, Filipa de Castro Guerreiro e Pedro Querido Figueiredo Bragança Ribeiro, é a vencedora da 14ª edição do Prémio Fernando Távora.

Júri: José Bernardo Távora Sequeira Pinto, Cláudia Antunes, Miguel Guedes, Maria da Conceição Melo e António Belém Lima. 
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos - Eduardo Queiroga (vogal do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), Cláudia Antuntes; António Laúndes (vogais do pelouro da Encomenda), Sara Azevedo (assessoria), Helena Almeida (Assessoria Jurídica)
Design gráfico: Rubio Pereira
Patrocínio: Ageas Seguros

Regulamento da 14ª edição
Proposta “Pelo estremo: Viagem pela viagem de Duarte d’Armas, perspectivas presentes de territórios limiares"

Esta viagem propõe perspectivar colectivamente imagens de futuro a partir de um olhar presente tendo por mote o percurso e as gravuras de Duarte d’Armas, realizadas no território português, no início do século XVI, a pedido do rei D. Manuel.
Assim, o tempo do olhar é também o do século XXI, numa condição permanentemente mediadora e interventiva na construção do território, entre a acção lenta de cinco séculos – e os que então o antecederam –, e a inquietação relativa às transformações futuras que queiramos e possamos induzir.
Viagem entre lugares e entre tempos, entre Castro Marim e Caminha oscilaremos entre sincronia e diacronia, percorrendo territórios então marcados pela premente defesa de um limite político, sendo hoje a condição de fronteira tão mais complexa quanto intangível ou imaterial – são outras as distâncias, outras as formas, outros os desígnios e os gigantes nos horizontes.
Em tripla perspectiva, propomos olhar estes lugares pela lente de Duarte d’Armas, registando a metamorfose do que hoje permanece de então; em instância presente, redefinindo e ampliando o enquadramento à luz das formas e dinâmicas contemporâneas, procuraremos novas visões, tão sintéticas quanto as gravuras de há cinco séculos, tão dinâmicas quanto os recursos de que hoje dispomos; por fim, no desígnio de (re)conhecer caminhando, melhor formularemos a interrogação: que horizontes produzir para estes territórios?

Biografia dos vencedores 

Carla Alexandra Garrido de Oliveira, (Barcelos, 1974) é Arquitecta pela FAUP (1998) e doutorada em Arquitetura pela FAUP (2016), integra o Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo como Professora Auxiliar. Tem-se destacado na reflexão historiográfica sobre a arquitetura portuguesa, com foco em Raul Lino, escreveu prefácios para obras académicas e participa ativamente em iniciativas culturais, como A Construção do Algarve. Desde 2025, faz parte do Conselho Consultivo da Associação Portuguesa de Casas-Museu, reforçando o seu compromisso com a memória arquitetónica e o ensino especializado.

Filipa de Castro Guerreiro, (Viana do Castelo, 1976) é Arquitecta, Professora Auxiliar e investigadora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto FAUP. Doutorou-se em 2016 com a tese 'Colónias Agrícolas Portuguesas Construídas pela Junta de Colonização Interna entre 1936 e 1960. A Casa, o Assentamento e o Território' (publicada pela Dafne Editora, em 2022, sob o título Colónias Agrícolas). Apresentou, em 2009, Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica na FAUP sob o título 'Território, Palimpsesto, Premissa'. Pós-graduou-se em 2005 em Metodologias de Intervenção no Património Arquitectónico e licenciou-se em Arquitectura pela FAUP em 2000, tendo frequentado a Universidade IUAV de Veneza ao abrigo do programa Erasmus entre 1998 e 1999. Investigadora no Centro de Estudos em Arquitectura e Urbanismo da FAUP — grupo Arquitectura: Teoria Projecto História. Os principais interesses de investigação prendem-se com o ensino de arquitectura e de projecto; colonização; desenho do território, assentamentos urbanos e políticas públicas de habitação. Integrou a equipa do Projecto de investigação 'Habitação: 100 anos de Políticas Públicas em Portugal, 1918 | 2018' do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.  Coordenadora, em Portugal, do estudo internacional 'Cidades Emergentes'. É membro do Projecto editorial 'Cidade participada: arquitectura e democracia. Operações SAAL' e dos projectos de investigação PORTofCALL 'African‐Asian‐European Encounters: Cultural Heritage and Ports of Call in the Indian Ocean during the early Modern Period' e 'R2U Technologies - modular systems'. Membro da organização dos projectos 'NEB goes south' e 'Mais do que Casas'. Representante da FAUP na Comissão de Coordenação das Comemorações do Centenário do Nascimento do Arquiteto Fernando Távora. Foi membro do conselho directivo da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos entre 2005 e 2010, contexto em que co-comissariou diversos ciclos de conferências e exposições — ‘em trânsito’, ‘Reunião de Obra Norte’, ‘Álvaro Siza, um projecto teu, um projecto meu’ e 'Simpósio Internacional de Arquitectura Museus de Arte' na Fundação de Serralves, ‘I love Távora’, ‘Road to Wonderland: Young Architects in Portugal’, entre outros.  Colaborou com o arquitecto Álvaro Siza entre 1999 e 2000. Em 2001, na sequência dos 1ºs prémios nos concursos para a Escola Básica do 1º ciclo de Paredes de Coura e do CMIA da PolisMatosinhos, associou-se, com Tiago Correia e Bruno Figueiredo, no LABFT, Laboratório de Arquitectura e Urbanismo. Em 2008 fundou o Atelier da Bouça com Tiago Correia, arquitecto com quem desenvolve desde 2000 vários projectos em parceria, dos quais se destacam a ampliação da EPRAMI Paredes de Coura (Prémio Categoria Jovem Arquitecto, Arquitectura em Tijolo de Face à Vista CVG 04/05), o Centro de Educação e Interpretação Ambiental da Paisagem Protegida do Corno de Bico, no Núcleo de Vascões da Colónia Agrícola da Boalhosa (finalista dos Prémios FAD 2008 e nomeado para o Mies van der Rohe Award 2009) e 2 casas na Bouça das Cardosas (nomeado para o Mies van der Rohe Award 2015).

 

Pedro Bragança, (Porto, 1989) é arquiteto, mestre em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), membro da Ordem dos Arquitetos e Investigador do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU). É doutorando na FAUP com o projeto de tese "O lugar como projeto - horizontes operativos para a prática da Arquitetura do Território”, sob a orientação de Marta Oliveira e Virgílio Borges Pereira, e, entre 2016 e 2021, bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Desenvolve a sua investigação sobre temas do território, designadamente sobre o lugar como dispositivo de organização do território disperso. Integrou e coordenou o projeto de investigação “Guia de Portugal (Entre-Douro-e-Minho, Vol. 4)”, sediado no CEAU e em cooperação com o realizador João Canijo. Entre 2012 e 2014, co-editou a Revista Unidade, tendo publicado, sob o número 8, três fascículos, todos subordinados ao tema “O Real.” Em 2019, venceu o Prémio Fernando Távora com o projeto “Pelo estremo: Viagem pela viagem de Duarte d’Armas, perspetivas presentes de territórios limiares”, em co-autoria com Carla Garrido e Filipa Guerreiro. Colaborou e colabora esporadicamente com diversos órgãos de comunicação social, e regularmente com o Porto Canal, onde concebeu a mini-série “Edifício da Arquitectura”, com o objetivo de mapear a prática profissional de jovens arquitetos estabelecidos na região Norte. Integrou órgãos de governo da Universidade do Porto, como o Conselho Geral (2012-2014), foi Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (AEFAUP) e membro do Young Architects Committee da Union Internationale des Architectes (UIA), designado pela Ordem dos Arquitetos. Integra o Conselho Editorial do Jornal Arquitectos. Exerce a prática profissional em regime liberal e em co-autoria.

 

Composição de Júri

José Bernardo Távora Sequeira Pinto, Nascido e criado na cidade do Porto a 28 de Julho de 1992, após concluir o 12º ano nos Estados Unidos da América opta por estudar Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, concluindo a licenciatura em 2014. Optando por não seguir a via jurídica, após um curso em Gestão e uma primeira experiência nesta área integra em 2015 o Mestrado em Gestão de Recursos Humanos da Universidade Católica Portuguesa, área profissional que optou por seguir. Está há 2 anos na Hays, empresa focada no recrutamento especializado de quadros médios e superiores, onde tem vindo a desenvolver funções como consultor na área de Engenharia e Supply Chain.

Cláudia Antunes, (Coimbra, 1981) Mestre em Arquitectura pela ARCA-Escola Universitária de Artes de Coimbra, em 2009 e Pós-Graduada em Planeamento Regional e Urbano pelo Instituto Superior de Agronomia em Lisboa, em 2011. Realiza o estágio de admissão para a Ordem dos Arquitectos na Câmara Municipal de Coimbra em 2009 e em 2011 ingressa na Câmara Municipal de Montemor-o-Velho ao abrigo dos estágios da PEPAL. Em 2012 inicia actividade como profissional liberal e pontualmente colabora com diferentes gabinetes. Foi Vogal do Conselho Directivo da Ordem dos Arquitectos da SRN e co-responsável pelos Pelouros da Prática Profissional, Encomenda e Formação no triénio 2014/2016, onde colaborou na organização do Seminário “A Cidade Informal – Estratégias de Inclusão” e nas sessões “Ciclo Informalizar” em 2016. Actualmente é Vogal do Conselho Directivo da Ordem dos Arquitectos da SRN, responsável pelo Pelouro da Prática Profissional e co-responsável pelo Pelouro da Encomenda do triénio 2017/2019.

Miguel Guedes, músico, nascido na cidade do Porto a 10 de Maio de 1972, é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. É autor, intérprete e vocalista dos Blind Zero. Desempenha as funções de Director da GDA (Gestão dos Direitos dos Artistas intérpretes e executantes) no Porto, no âmbito da gestão, cobrança e distribuição de Direitos conexos, tendo sido o representante da GDA na PassMúsica durante a sua primeira década de implantação, marca encarregada da cobrança da comunicação pública de música gravada em Portugal. Foi agraciado, a 9 de Agosto de 2014, com a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro, atribuída pela Câmara do Porto. É colunista semanal de política no Jornal de Notícias. Elemento do painel de comentadores do programa radiofónico "Grandes Adeptos" na Antena 1 desde 2004. É elemento do painel de comentadores do programa “Trio D`Ataque” na RTP3 desde 2010. Em 2014, fez parte do grupo de jurados do programa "Factor X (Portugal) 2 edição", na SIC. Em 2015, volta a estar presente no Porto Canal com o programa "Grandes Adeptos FCP". Foi colunista semanal de desporto no jornal I entre 2012 e 2015, assim como no Público, entre 2004 e 2006 e no Jornal de Notícias em 2008. Cronista da revista “Focus” em 2009. Foi director do Centro de Estudos Cinematográficos de Coimbra, tendo sido realizador e locutor na Rádio Universidade de Coimbra. Colunista no Esquerda.Net, órgão de informação do Bloco de Esquerda. Colabora regularmente com a comunicação social, como colunista, cronista e conferencista em temas relacionados com as áreas da política, cultura, desporto e ciências sociais.

 

 

Maria da Conceição Melo, natural da Maia, concluiu em 1984 o curso de arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Foi aluna de Fernando Távora e Álvaro Siza e de outros arquitectos que, na década de 1980, fundaram os princípios pedagógicos de ensino da disciplina do que se tornaria na Escola do Porto. Exerce a sua prática profissional em torno do ordenamento do território e do planeamento urbano, concluindo em 1995 o mestrado nessa área nas Faculdades de Arquitectura e Engenharia da Universidade do Porto. É trabalhadora da administração local, exercendo a sua actividade, desde 1984 na Câmara Municipal de Santo Tirso onde, desde 1986, exerce cargos de chefia na área do planeamento estratégico, ordenamento do território e planeamento urbanístico. Escreve e apresenta comunicações de âmbito disciplinar em seminários, congressos, escolas e colabora regularmente em projectos de investigação na EAUM, no MDT da FAUP e no IST de Lisboa. Na profissão liberal, colaborou até 2014, com João Álvaro Rocha em vários projectos e planos. Em 2005 funda, com Cristina Silva e João Paulo Correia, a empresa Cultour, que tem como objecto a divulgação da arquitectura contemporânea portuguesa.

António Belém Lima, (Vila Real, 1951) é arquitecto pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL, 1979). Director dos ateliers Arquitectos Pioledo Lda. (1981-2005) e Belém Lima Arquitectos (de 2006 à actualidade). Distinguido com vários Prémios, como o Prémio AICA - Associação Internacional de Críticos de Arte (2003), Prémio Arquitectura do Douro (2008), Prémio Best Wine Tourism (2017); nomeado para o Prémio Secil (2009) e para o Prémio Mies van der Rohe, Award (2015 e 2017). A sua obra encontra-se divulgada em diversas publicações, como “FG SG - Conservatório de Música de Vila Real”, "Belém Lima 12 Regards”, “Belém Lima, 1 1” e Archinews n25. Professor Convidado no Departamento de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto - ESAP (1996-2010), no Departamento de Arquitectura da Escola Universitária de Artes de Coimbra - EUAC (1997-2015) e na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho – EAUM (1999-2007).

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