Prémio Fernando Távora 12ª edição
A Arquiteta Eliana Santos sagrou-se vencedora da 12ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “Branco a Branco - White salts, white sands”.
Júri: Presidido pelo Dr. Victor Branco e constituído pelo artista urbano Alexandre Farto (Vhils), arquitectos Nuno Mateus, Florindo Belo Marques e Marta Fernandes
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Pedro da Rocha Vinagreiro (vogal do pelouro da Cultura), Adriana Castro; Isabel Silva (assessoria), Cláudia Antuntes (vogal do pelouro da Encomenda), Sara Azevedo (assessoria).
Design gráfico: Rubio Pereira
Patrocínio: Ageas Seguros
Regulamento da 12ª edição
Proposta “Branco a Branco - White salts, white sands”
Eliana Santos propõe um roteiro pelo deserto americano, explorando a essência das artes chãs nas suas diversas vertentes: económica, ética e estética.
Partindo do conceito de “artes chãs”, utilizado pelo historiador de arte George Kubler para identificar uma certa arquitectura Portuguesa caracterizada pela sua simplicidade e despojamento em reacção às “modas” estrangeiras, a viagem de investigação procurará apresentar uma perspectiva da cultura e da arquitectura entre Portugal e os E.U.A. desde meados dos anos 1950 até ao presente, evocando o impacto da História da Arte no campo das práticas artísticas e arquitectónicas através da obra Kubleriana.
O roteiro da viagem começa na extensão branca do Bonneville Salt Flats (Utah, E.U.A.), percorre o Arizona e termina numa outra extensão branca, em White Sands (Novo México).
O Júri, presidido pelo Dr. Victor Branco e constituído pelo artista urbano Alexandre Farto (Vhils), arquitectos Nuno Mateus, Florindo Belo Marques e Marta Fernandes, considerou que a proposta vencedora se afirma pela abrangência disciplinar do seu conteúdo, relacionando paisagem, arte e arquitectura e, por outro lado, pela sua referenciação à arquitectura chã e à simplicidade buscada num território abstracto e intangível, “O retiro para um lugar onde o intangível é mais presente, um lugar abstracto.”
Excerto da acta do Júri
Biografia da vencedora
Eliana Sousa Santos é arquitecta, investigadora e docente. Comissariou a exposição A Forma Chã (Museu Gulbenkian, 2016/17), projecto associado da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016. Foi pós-doutoranda visitante na Universidade de Yale em 2013/14. Actualmente é investigadora em pós-doutoramento no CES, Universidade de Coimbra, com o projecto "George Kubler’s Shape of Time: The Historiographical effect of Portuguese Plain Architecture in Post- revolutionary Portugal." É licenciada em arquitectura pela Universidade Técnica de Lisboa, mestre em arquitectura pela Universidade de Coimbra e doutora pela Universidade de Londres. Trabalhou nos escritórios West 8 e Sousa Santos Arquitectos. Foi professora adjunta convidada na ESAD.CR e é professora auxiliar no departamento de arquitectura na ULHT.
Composição de Júri
Nuno Mateus, Castelo Branco, 1961. Doutoramento em Arquitectura, FAUTL, Lisboa, 2013. “Master of Science in Architecture and Building Design”, Universidade de Columbia em Nova Iorque, 1987. Fundação ARX Portugal Arquitectos, 1991. Professor na FAUTL e UAL, Lisboa. Director do Departamento Arquitectura UAL, 2004-07. Professor Convidado na ESARQ-UIC, Barcelona e acompanhou teses de Projecto na ESAP, Porto. Trabalhou com Peter Eisenman em Nova Iorque (1987-1991) e com Daniel Libeskind em Berlim (1991).
Marta Fernandes, (Braga, 1979) é arquitecta, estudou no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga (1985/1991) e na Escola Secundária Carlos Amarante (1991/1997). Licenciada em Arquitectura pela Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão em 2003, fez estágio para acesso à Ordem dos Arquitectos na Câmara Municipal de Braga – DMGURU em 2004, membro efectivo da Ordem dos Arquitectos desde 2005, exerceu a sua actividade como profissional liberal até 2008, ano em que fundou a própria empresa em sociedade com a Arquitecta Liliana João Pereira, doutoranda na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho na área de Construção e Tecnologia desde 2011. É Vogal do Conselho Directivo da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (triénio 2014/2016). Tem obra construída no Porto, Guimarães, Anadia, Felgueiras, Viana do Castelo e Braga, sendo neste último que desenvolveu a maior parte do seu trabalho.
Alexandre Farto (Vhils), O artista urbano português Alexandre Farto (1987) tem interagido visualmente com o ambiente urbano sob o nome de Vhils desde os seus dias como grafiter no início de 2000. Vhils cresceu no Seixal e foi profundamente influenciado pelas transformações provocadas pelo desenvolvimento urbano intensivo que o país conheceu entre 1980 e 1990. Aplicando os seus métodos originais de destruição criativa, Vhils escava nas camadas superficiais da nossa cultura material como um arqueólogo urbano contemporâneo, expondo o que está além da superficialidade das coisas. Apresentado por todo o mundo, o seu trabalho tem sido descrito como brutal e complexo, mas imbuído de uma simplicidade que apela às emoções humanas. Uma reflexão permanente sobre a identidade, sobre a vida nas sociedades urbanas contemporâneas e nos seus ambientes saturados, explorando temas como a luta entre as aspirações do indivíduo e as exigências da vida quotidiana ou a erosão da singularidade cultural no contexto de um mundo globalizado e de uma realidade cada vez mais uniforme. Experimentalista ávido, Vhils ele tem vindo a explorar uma pluralidade de meios e técnicas - da pintura stencil a paredes esculpidas, de explosões de pirotecnia para modelagem 3D, a partir da instalação para vídeos – o que lhe permitiu expandir os limites de expressão. A sua abordagem única e as suas obras de arte têm sido amplamente elogiadas pela crítica em todo o mundo.
Victor Manuel Figueiredo Branco, nasceu em Barcelos em 11/04/1943. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, exercendo a profissão de Advogado com escritórios sedeados nas cidades de Braga e Porto.
Florindo Belo Marques, Arquitecto. Nascido em 1952 em Portalegre, com residência em Portugal em Coimbra e Lisboa. Licenciado em Arquitectura pela E.S.B.A.L. (1978), opção de Planeamento. Inscrito na Ordem dos Arquitectos em 1978 com o nº 1129. Em 1975, enquanto estudante, funda com um grupo de colegas a Associação de Estudantes do Curso de Arquitectura, exercendo funções de dirigente associativo até 1977. Em 1978, ingressa no GAT (Gabinete de Apoio Técnico) da Figueira da Foz e em 1979 integra o corpo técnico superior do GAT da Lousã. Em 1982 ingressa na Direção de Serviços Regional dos Monumentos do Centro em Coimbra, onde, até Abril de 1989, desempenhou as funções de Arquitecto Principal. Desde 1979 vem igualmente exercendo actividade liberal. Tem experiência no domínio do Planeamento Urbano, do Projecto de Edifícios (Habitação e Equipamento), Interiorismo e ainda na Recuperação, Restauro e Revitalização de Imóveis e Conjuntos Classificados. Fez parte do C.M.S.P.A.P. - Conselho Municipal de Salvaguarda do Património Arquitectónico e Paisagístico da Câmara Municipal de Coimbra e de Grupos de Trabalho Interministeriais também dirigidos à problemática da Salvaguarda do Património Arquitectónico e Cultural. Foi eleito Presidente do NARC – Núcleo de Arquitectos da Região de Coimbra, estrutura da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos para os triénios 2002 – 2004, 2005 – 2007, 2008 – 2010 e 2011 – 2013.