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Prémio Fernando Távora 10ª edição 

O arquitecto André Tavares foi o Vencedor da 10ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “Ruínas, ou do Livro de Arquitectura”

Júri: Presidido pelo escritor Valter Hugo Mãe e constituído pelos arquitectos José Manuel Botelho, João Luís Carrilho da Graça (nomeado pela Casa da Arquitectura), Pedro da Rocha Vinagreiro (em representação da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional do Norte) e Luísa Távora, em representação da família do arquitecto Fernando Távora.
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Tiago Branco Sampaio; Pedro da Rocha Vinagreiro (vogais do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), Cláudia Antuntes; Pedro Cunha (vogais do pelouro da Encomenda), Sara Azevedo (assessoria).
Design gráfico: Rui Silva/Alfaiataria
Patrocínio: AXA Portugal

Regulamento da 10ª edição
Proposta “Ruínas, ou do Livro de Arquitectura”

André Tavares propõe, mais do que uma viagem física, um percurso que permita explorar a complementaridade entre o saber adquirido através de livros de arquitectura e a experiência física de visitar, no local, a obra edificada.
Percorrendo edifícios e edições originais de livros em Paris (França), Roma e Vicenza (Itália) e Londres (Reino Unido), “para poder compreender melhor a relação entre a obra, o edifício, a experiência física do construído, e visitar a forma original das páginas que se apoderaram da obra para a devolver ao leitor sob a forma de um livro”, André Tavares sugere, “através da história do livro de arquitectura, pensar uma síntese da cultura arquitectónica europeia;(…).”
Na proposta, André Tavares realça a importância do livro enquanto objecto de construção e transmissão de conhecimentos de Arquitectura mas também, e no espírito de Fernando Távora, a pertinência de se conhecer a obra arquitectónica in loco: “Sentado, perante muitos livros, sentia a necessidade imperiosa de conhecer as obras, de ver resultados construídos, de usar a crítica de arquitectura tal como ela se pratica no quotidiano profissional. A arquitectura aprende-se e pratica-se com os pés, caminhando, dando tempo e medida às formas que nos envolvem. O passo é a medida das formas construídas, independentemente do valor que as imagens lhes possam conferir ou da astúcia social que possa estar implícita na resposta operativa do projecto perante a realidade.”
Excertos da proposta de viagem.

O Júri considerou que “o trabalho seleccionado e premiado nesta 10ª Edição se distingue por uma profunda originalidade: percurso por edifícios e edições originais de livros em Roma, Vicenza, Paris e Londres, a fim de, através da história do livro de arquitectura, sintetizar a cultura arquitectónica europeia. A candidatura de André Tavares apresenta, de forma enxuta e rigorosa, os seus propósitos, convencendo o Júri, por unanimidade, da sua exequibilidade bem como do valor intrínseco desta perspectiva.”.
Excerto da acta do Júri.

Biografia do vencedor

André Tavares nasceu no Porto, em 1976. Frequentou a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde se licenciou em 2000 e doutorou em 2009. Frequentou também a École Polytechnique Fédérale de Lausanne em 1998-1999; a Accademia di Architettura di Mendrisio em 2003-2004; o Centre d’archives d’architecture du XXème Siècle – Institut Français d’Urbanisme em 2005; e a Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 2006. Em 2011 foi Associate Scholar no Centre Canadian d’Architecture, em Montréal. Tem actividade esporádica como arquitecto e publica com regularidade artigos de crítica, teoria e história da arquitectura. É autor dos livros Arquitectura Antituberculose, trocas e tráficos na construção terapêutica (Faup-publicações, 2005), Os fantasmas de Serralves (Dafne, 2007), Novela Bufa do Ufanismo em Concreto (Dafne, 2009) e Duas Obras de Januário Godinho em Ovar (Dafne, 2012). É professor convidado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Tem actividade regular de investigação científica em Teoria e História da Arquitectura, tendo apresentado resultados em conferências e congressos em Cambridge, Zurique, Nova Iorque, Porto, Budapeste, Guimarães, Lisboa, Montréal e Paris. É coordenador editorial da Dafne Editora onde dirige as colecções Equações de Arquitectura, Opúsculos (2007-2011) e Fora de Série. É director do Jornal Arquitectos para o biénio (2013–2014) e Comissário Geral (com Diogo Seixas Lopes) da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016.

Composição de Júri

Manuel Botelho, nasceu em 1939, natural de Rua, Moimenta da Beira. Concluiu uma licenciatura na Universidade Católica Gregoriana de Roma e o Curso de Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Università degli Studi della Università di Roma - La Sapienza. Visitou Angola, antes da independência, a Europa Central, de modo genérico, e a Grécia. Docente da Escola Superior de Belas Artes de 1980 a 1985 e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto de 1985 a 2009, na área do Projecto e Teoria da Arquitectura. Recebeu prémios, nomeadamente o Prémio Nacional de Arquitectura Keil do Amaral, Primeiras Obras, 1989, com a casa Dr. Barroso Pires. Foi nomeado, com a casa Eng. Nunes de Sousa, para o Prémio Mies van der Rohe Pavilion, em 1994. Foi nomeado, com a casa Eng. Nunes de Sousa, em 1996, e com a casa Maia Ribeiro, em 2002, para o Prémio Sécil de Arquitectura. Participou em várias exposições, tendo sido um dos escolhidos para representar a Arquitectura Contemporânea Portuguesa, na Europália, Bruxelas, 1991, com a casa Dr. Barroso Pires. Participou em seminários nacionais e internacionais onde apresentou a sua obra e fez comunicações. Projectou habitações unifamiliares, algumas das quais premiadas; equipamentos sociais como espaços museológicos, um quartel de bombeiros, uma escola profissional, um hipermercado; restaurou edifícios. Projectou ainda espaços religiosos desde pequenos oratórios a igrejas paroquiais.

Pedro da Rocha Vinagreiro, nasceu a 26 de Novembro de 1978 em Braga, Portugal. Em 1996 iniciou os estudos na Escola Superior Artística do Porto. Entretanto colaborou com vários estúdios de arquitectura em trabalhos pontuais dos quais se destaca o projecto de requalificação da Avenida dos Aliados no Porto, com o Eng. Jorge Nunes da Silva. Em 2000 é eleito Presidente da Mesa da Assembleia da AEESAP. Concluiu os estudos sob orientação da Arq. Fátima Fernandes, licenciando-se em arquitectura pela ESAP, em 2002. Posteriormente realizou o estágio de admissão para a Ordem dos Arquitectos com a Arq. Jean Pierre Porcher. Em 2005 trabalhou em Espanha, no estúdio Sct-Arquitectos com Sanchez-Cantalejo e Tomas Esteva, com participação nos projectos seleccionados para os “Prémios de Arquitectura de Mallorca 2007-2010”; 2º Classificado nos Prémios Cidade de Palma de Mallorca "Guillem Sagrera” e 2º Prémio no Concurso de 540 apartamentos em Palma de Maiorca. Em 2007 fundou o seu estúdio em Braga e em 2011 iniciou o programa doutoral em Arquitectura pela Escola de Arquitectura da UM. Em 2013 é eleito Vogal do Conselho Directivo Regional Norte da Ordem dos Arquitectos exercendo actualmente o cargo de Coordenador no Pelouro da Comunicação e Cultura.

Valter Hugo Mãe, nasceu em Saurimo, Angola, no ano de 1971. Licenciado em Direito, pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Vive em Vila do Conde. Publicou cinco romances: “O filho de mil homens” (2011), “A máquina de fazer espanhóis” (2010), “O apocalipse dos trabalhadores” (2008), “O remorso de Baltazar Serapião”, vencedor do Prémio José Saramago (2006) e “O nosso reino” (2004). A sua obra poética está revista e reunida no volume “Contabilidade” (Objectiva/Alfaguara, 2010). É autor dos livros para os mais novos: “O rosto” (Agosto 2010), “As mais belas coisas do mundo” (Agosto 2010), “A verdadeira história dos pássaros” (2009) e “A história do homem calado” (2009). Escreve a crónica “Autobiografia imaginária” no Jornal de Letras. Valter Hugo mãe é vocalista do grupo musical Governo e esporadicamente dedica-se às artes plásticas. Letrista dos músicos/projectos Mundo Cão, Paulo Praça, Indignu, Salto, Frei Fado Del’Rei, Blandino e Eliana Castro. Recebeu, em 2009, o troféu “Figura do Futuro”, atribuído pelo Correio da Manhã. Recebeu, em 2010, a Pena de Camilo Castelo Branco. Em 2010 recebeu a Medalha de Mérito Singular de Vila do Conde.

 

 

Luísa Távora, nasceu no Porto a 12 de Novembro de 1965. Educadora de Infância Licenciada em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UP, exerceu funções de Educadora de Infância na Câmara Municipal de Porto. Trabalha desde 1995 na Câmara Municipal de Lisboa, tendo coordenado a “Quinta Pedagógica dos Olivais”, um projecto de educação ambiental e tradições rurais. Coordena o "Espaço a Brincar - Uma viagem pelos Direitos da Criança" do Departamento de Desenvolvimento Social, um projecto para e com a população suportado nos princípios legais da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC). Em 2012 e com a equipa, desenvolveu um projecto de participação activa “Um Direito a (des)envolver”, com crianças, jovens e artistas nas mais variadas expressões. Em co-autoria, 310 participantes construíram 24 obras com uma temática comum: arte e direitos da criança e do jovem. Resultou numa exposição de 20 de Novembro a 20 de Dezembro para comemorar o 23º aniversário da CDC. Tem sempre desenvolvido a sua carreira profissional em projectos de educação não formal e de Educação para a Cidadania.

João Luís Carrilho da Graça, (1952), arquitecto, licenciado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1977, ano em que iniciou a sua actividade profissional. Ao conjunto da sua obra foram atribuídos diversos prémios, nomeadamente: Medalha da “Académie d’Architecture”, França, em 2012; título de “Chevalier des Arts et des Lettres” pela República Francesa em 2010; “Prémio Pessoa” em 2008; Ordem de Mérito da República Portuguesa em 1999 e Prémio “AICA - Associação Internacional dos Críticos de Arte” em 1992. Foi distinguido com o “AIT Award 2012 - Transportation” em 2012 pela Ponte Pedonal sobre a Ribeira da Carpinteira, com o Prémio “Frate-Sole” pela Igreja de Sto. António em Portalegre em 2012, com o “Piranesi Prix de Rome” em 2010 pela Musealização da Área Arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge, com o “Prémio Valmor” em 2008 pela Escola Superior de Música de Lisboa, com o Prémio “FAD” em 1999 e o Prémio “Valmor” em 1998 pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares - Expo’98, com o “Prémio Secil de Arquitectura” em 1994 pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Entre 1990 e 2013 foi nomeado e/ou seleccionado para o Prémio Europeu de Arquitectura “Mies van der Rohe”. Em 2013 recebeu o grau de doutor ‘honoris causa’ pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.

Conferência vencedor 10ª edição Prémio Távora