Prémio Fernando Távora 9ª edição
A arquitecta Susana Ventura foi a Vencedora da 9ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta "Expedição a uma Arquitectura Intensiva”.
Júri: Constituído pelo escritor Valter Hugo Mãe, pelos arquitectos Manuel Botelho, João Luís Carrilho da Graça (nomeado pela Casa da Arquitectura), Pedro da Rocha Vinagreiro (em representação da OASRN) e pela Dra. Luísa Távora (designada pela família do Arquitecto Fernando Távora).
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Nuno Grande; Ana Maio (vogais do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), Ana Cristina Machado (vogal do pelouro da Encomenda), Rita Vitorino (assessoria).
Design gráfico: R2
Patrocínio: AXA Portugal
Regulamento da 9ª edição
Proposta “Expedição a uma arquitectura intensiva”
Sobre a proposta "Expedição a uma Arquitectura Intensiva", Susana Ventura descreve: "a viagem nasce de uma vontade de procura e tentativa de definição de uma “categoria” inexistente em Teoria de Arquitectura, que denominámos de arquitectura intensiva, aquela que contém um bloco de sensações e que, à semelhança da obra de arte, actua no sistema nervoso. Para além das funções, dos tipos, dos programas e dos ornamentos, a obra de arquitectura caracteriza-se pela capacidade de afectar (por vezes, de forma violenta) aqueles que a experienciam e habitam. No entanto, nem todas as obras de arquitectura podem considerar-se obras intensivas, pelo que existe esta necessidade de visitar e partir da experiência empírica da obra, apreendê-la pelo tempo, pelo olhar e pelo andar, só possível quando se utiliza a sensibilidade como regulação de uma intuição que nasce da percepção e afecção da obra pela experiência do corpo. As obras, que se propõem visitar, desenham uma linha que atravessa países como o Japão, Noruega, Suécia, Finlândia, República Checa, Áustria e Suíça, grandes espaços vazios onde se identificam traços de expressão, linhas de força e vestígios de memórias, ritos e hábitos, qualidades atmosféricas, matérias sonoras, que ressoam nas obras que os souberam metamorfosear em sensações. Embora se identifiquem a priori obras que parecem deter já esse poder, obras como as de Shinohara ou Fujimori no Japão ou as da Trindade, que identificamos na Europa Central e Fiordes, de Loos-Lewerentz-Zumthor, o processo nunca é o da predeterminação, mas antes o de uma inquiteação. E a viagem tudo pode mudar".
O roteiro da viagem passará pelo Japão (Tóquio ‹ Kamakura ‹ Karuizawa ‹ Kawaguchi ‹ Tokamachi ‹ Aichi), Noruega (Vardo), Finlândia (Helsínquia), Suécia ( Estocolmo, Malmö), República Checa (Praga), Áustria (Viena), Suíça (Kreuzberg, Montreux).
Para o Júri, a proposta vencedora “revela clareza nos propósitos e consistência na proposta, capaz de unificar diferentes geografias e culturas. Referenciando distintos objectos arquitectónicos, propõe uma leitura temática capaz de construir uma narrativa inesperada. A viagem relaciona paisagens entre o Oriente e o Norte e Centro da Europa, e arquitectos modernos e contemporâneos”.
Excerto da acta do Júri.
Biografia da vencedora
Susana Ventura nasce em Coimbra, em 1978. Arquitecta, escritora, curadora, investigadora pós-doc: Doutorada em Filosofia, especialidade de Estética, com a tese “O corpo sem órgãos da arquitectura”, sob a orientação científica do Professor Doutor José Nuno Gil, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL, 2013), que incluiu residências de investigação nos ateliers de Diller Scofidio Renfro, Lacaton & Vassal e Peter Zumthor. Licenciada em Arquitectura pelo Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (darq - FCTUC, 2003) com a prova final “Tenho um Corvo dentro da minha Cabeça quando me deito por entre as ervas do jardim”, sobre o conceito de felicidade no pensamento e obra de Le Corbusier, orientada pelo Professor Doutor Paulo Varela Gomes e revista pela Filósofa e Professora Doutora Fernanda Bernardo. Estágio nos ateliers de arquitectura de Gonçalo Byrne (Lisboa, 2003) e João Mendes Ribeiro (Coimbra, 2004). Shortlisted no Concurso Internacional para o lugar de Curador-geral da 3ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa. No ano lectivo 2011-2012, foi Professora convidada das disciplinas de “Filosofia e Arquitectura”, “Estética da Paisagem I” e “Curadoria de Recursos” do Mestrado Integrado de Arquitectura e Arquitectura Paisagista da Escola Universitária Vasco da Gama, em Coimbra. Tem sido, igualmente, convidada para apresentações em várias universidades Portuguesas e Internacionais. Colaboradora e co-editora da secção “Close-up” da Scopio Magazine, tem publicado em diversas publicações periódicas (Log, Nada, A21, entre outras). Actualmente, encontra-se a desenvolver o projecto de Pós-Doutoramento intitulado Para uma arquitectura intensiva, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), sendo membro efectivo do centro de estudos da mesma (CEAU-FAUP) e é comissária (juntamente com as Arquitectas Maria Rita Pais e Rita Dourado) da “Habitar Portugal 09_11”, Selecção Ordem dos Arquitectos.
Composição de Júri
Pedro Bandeira, (1970), arquitecto (FAUP 1996), é Professor Auxiliar na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e autor de diversos textos e publicações. A Convite do Instituto das Artes e do Ministério da Cultura integrou a exposição Metaflux na representação portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza (2004) e representou Portugal na Bienal de Arquitectura de São Paulo (2005). Participou na exposição Portugal “Now: Country Positions in Architecture and Urbanism” (2007) organizada pela Escola de Arquitectura, Arte e Planeamento da Universidade de Cornell (EUA). Em 2007 concluiu a tese de doutoramento sob o título “Arquitectura como Imagem, Obra como Representação: Subjectividade das Imagens Arquitectónicas”. É autor do livro “Projectos Específicos para um Cliente Genérico – uma antologia de trabalhos desenvolvidos entre 1996 e 2006” (Porto, Editora Dafne) e, mais recentemente, co-editor do livro “Eduardo Souto de Moura: Atlas de Parede, Imagens de Método” (Editora Dafne e Lars Müller Publishers). Foi comissário da região norte da edição 2006-2008 do Portugal Habitar, co-comissário do seminário internacional “Imagens de Arquitectura e Espaço Público em Debate” (FAUP, 2010 + 2012) e do seminário internacional “Megaestruturas: Arquitectura e Jogo”, integrado no Congresso Internacional ICSA (UM, 2010). Em Dezembro de 2011 foi galardoado com o Prémio SIM (promovido pela Samsung) pelo projecto Casa Girassol, desenvolvido em co-autoria com a Arq.ª Dulcineia Santos e o Eng.º Filipe Bandeira.
José António Bandeirinha, (Coimbra, 1958). É arquitecto pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto (1983). Exerce profissionalmente e é Professor Associado do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, onde se doutorou em 2002 com uma dissertação intitulada “O Processo SAAL e a Arquitectura no 25 de Abril de 1974”. Tomando como referência central a arquitectura e a organização do espaço, tem vindo a dedicar-se ao estudo de diversos temas correlatos — cidade, habitação, teatro, cultura. Publica regularmente e é autor de diversos livros e de algumas dezenas de artigos. Foi presidente da Comissão Científica do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra (2002-2004 e 2006-2007). Foi Pró-Reitor para a Cultura da Universidade de Coimbra (2007 a 2011). Foi Director do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Foi Comissário da Exposição “Fernando Távora Modernidade Permanente”, cujo coordenador foi Álvaro Siza, integrada em Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012. É investigador do Centro de Estudos Sociais.
Maria José Ferrão Antunes Moreira, é natural do Porto, tem cinquenta e cinco anos, é licenciada em Filosofia pela Universidade Católica e tem duas Pós-graduações na Área da Bioética. Fez o Curso de Habilitação Pedagógica na Universidade Católica Portuguesa. Tem artigos publicados na Revista Portuguesa de Bioética. É professora do Ensino Secundário desde o ano de 77/78 e formadora de professores. É também autora e coordenadora do Projecto do Gabinete de Apoio ao Aluno. Sobrinha do Arquitecto Fernando Távora, teve toda uma vida, uma relação muito próxima com ele, sendo a sua Mãe uma dos cinco irmãos que ele tinha. Casada, tem duas filhas e dois netos. Acrescenta a paixão pela Arte da Literatura e da escrita, mas acima de tudo as pessoas que vivem nesse viver que é o sentir.
Paula Santos, é licenciada pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) em 1986. Professora de projecto na Universidade Lusíada, de 1997 a 2006. Professora convidada do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, desde 2008. Estudante de Doutoramento no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Vogal do Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos de 2007-2010. Vogal do Conselho Directivo da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos.Inicia a sua actividade de projecto associada a Rui Ramos. Foi fundadora e sócia da empresa satira design, de 1996 a 2000. Constitui escritório próprio e a empresa paula santos I arquitectura lda em 1999, no Porto, tendo obtido o primeiro prémio em diversos Concursos Públicos: o Centro Arqueológico de Miróbriga, em Santiago do Cacém (1999-2002), seleccionado para o Prémio Secil 2003, o conjunto edificado Vianapólis (2001-2006), em Viana do Castelo, o Centro de Recepção de Visitantes da Citânia de Santa Luzia (2001-2007), em Viana do Castelo, ambos finalistas do Prémio Enor, III Edição, a Reconversão da Casa Sommer (2005-), em Cascais, para Arquivo Municipal, a Residência de Estudantes do Polo III da Universidade de Coimbra (2001-2007). A obra Casa de Ovar (2008-2012) foi finalista do Prémio Secil 2013 e obra selecionada para o Premio FAD 2013. Tem inúmeras obras publicadas e tem participado em exposições, conferências e workshops nacionais e internacionais.
José Pedro Croft, Porto em 1957 , vive e trabalha em Lisboa. Estudou pintura na ESBAL e escultura com João Cutileiro. A sua obra transita sem hierarquias entre escultura, desenho e gravura. Expõe regularmente desde 1980. Está representado nas colecções do Centro de arte Moderna de la Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação EDP, Fundação Luso-Americana, Fundação de Serralves, Secretaria de Estado da Cultura (Portugal), Fundació La Caixa (Espanha), Caixa Geral de Depósitos (Portugal), Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Espanha), Museu Berardo (Portugal), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil), Centro e Artes Visuales Fundación Helga de Alvear, Caja Madrid (Espanha), Banco de España (Espanha), Banco Central Europeu, Sammlung Albertina (Áustria), Centre Georges Pompidou(França).