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Prémio Fernando Távora 8ª edição 

O arquitecto Sidh Mendiratta foi o Vencedor da 8ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “Domus-fortis in Æquator: A segunda vida da casa-torre de origem Europeia no antigo Estado da Índia”.

Júri: Presidido pelo Professor Alexandre Quintanilha e constituído pelos Arquitectos Jorge Figueira, Nelson Mota (nomeado pela Casa da Arquitectura), Ana Cristina Machado (em representação da OASRN) e Clemente Menéres Semide (designado pela família do Arquitecto Fernando Távora).
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Nuno Grande; Ana Maio (vogais do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), José Fernando Gonçalves; Ana Cristina Machado (vogal do pelouro da Encomenda), Rita Vitorino (assessoria).
Design gráfico: R2
Patrocínio: AXA Portugal

Regulamento da 8ª edição
Proposta “Domus-fortis in Æquator: A segunda vida da casa-torre de origem Europeia no antigo Estado da Índia”

“O objectivo principal desta viagem é localizar e documentar vestígios arqueológicos de casas-torre ou domus-fortis de origem portuguesa nos quatro territórios do antigo Estado da Índia - Província do Norte; Goa; Sri-Lanka; e Timor-leste –, tendo em vista sobretudo comprovar a sua disseminação e averiguar o seu papel matricial na estruturação e ordenamento dos respectivos territórios e ainda estudar a sua evolução comparando-a com a sua congénere Europeia, à luz das diferentes mentalidades e culturas do habitar desenvolvidas pelas sociedades de origem portuguesa nesses mesmos territórios. (…) Esta viagem permitirá assim reunir informação essencial para tentar responder a questões como: A casa-torre de origem europeia difundiu-se por todos os territórios do Estado da Índia? Quais as diferenças entre as casas-torre da expansão e aquelas de Portugal continental? Como eram habitadas as casas-torre da expansão portuguesa? (…)”
Excertos da proposta de viagem.

O Júri “enalteceu o número e a qualidade da generalidade das candidaturas, pelo potencial que encerram como propostas de investigação no âmbito da arquitectura, reconhecendo que o trabalho premiado nesta 8ª Edição do Prémio Távora se distingue pela consistência, clareza e ambição que permitirá o reconhecimento da cultura portuguesa, numa faceta menos explorada, num quadro geocultural alargado que inclui a Índia, Sri Lanka e Timor-Leste. O Júri entendeu valorizar um projecto que investe na ideia da viagem como itinerário físico de descoberta, neste caso, em territórios míticos da expansão portuguesa. O objecto de estudo – localização e documentação da “casa-torre” nas antigas províncias do Estado da Índia – tem por isso um interesse transversal que revelará processos de aculturação que importa desvendar”.
Excerto da acta do Júri.

Biografia do vencedor

Sidh Daniel Losa Mendiratta, de ascendência indiana e luso-alemã, nasce no Porto em 1977. Frequenta a Oporto British School, onde adquire uma educação bilingue anglo-portuguesa. Em 1995 ingressa no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, tendo sido um dos fundadores e primeiro secretário do seu Núcleo de Estudantes. Em 1998 transfere para a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Efectua o quinto ano do curso, em 2001/2002, no Goa College of Architecture, Índia, como estudante free-mover. Em 2004/2005 desenvolve a sua prova final com o tema “O Convento dos Agostinhos de Velha Goa: memórias de um levantamento”, aprovada com 19 valores. Conclui a sua licenciatura em 2005 com a média final de 16 valores. Efectua o estágio profissional no “Atelier 15”, sob a responsabilidade do arquiteto Alexandre Alves Costa. Entre 2006 e 2008 colabora no projeto de investigação “Bombaim antes dos ingleses”, coordenado pelos professores Walter Rossa e Paulo Varela Gomes e sedeado no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Entre 2008 e 2012 elabora a sua dissertação de doutoramento com o título “Dispositivos do sistema defensivo da Província do Norte do Estado da Índia, 1521-1739”, sob a orientação dos professores Walter Rossa e Paulo Varela Gomes, aprovada na Universidade de Coimbra “com distinção e louvor, por unanimidade”. Em 2013 inicia o seu projecto de pós-doutoramento com o tema “Construção identitária: paisagens urbanas e arquitectura de origem católica em Bombaim (séculos XVI-XX)”.

Composição de Júri

Alexandre Tiedtke Quintanilha, nasceu em Lourenço Marques (Maputo) a 9 de Agosto de 1945 e aí completou o ensino secundário. Licenciou-se em Física Teórica pela Universidade de Witwatersrand na África do Sul, a mesma que lhe concedeu o grau de Doutor em Física do Estado Sólido, em 1972. A partir daí, decidiu dedicar-se à Biologia, na Universidade da Califórnia, onde permaneceu quase 20 anos. Em Berkeley, criou o Centro de Estudos Ambientais, e desenvolveu investigação na área do stress. Esteve intimamente envolvido na criação do novo acelerador de investigação (Advanced Light Source), no lançamento do Human Genome Center at Berkeley e de vários programas doutorais inter-disciplinares. Como director assistente no Lawrence Berkeley National Laboratory, secção de Energia e Ambiente, e como professor de fisiologia celular orientou o trabalho de muitos jovens nestas áreas de investigação. Vem para Portugal em 1991 como director do Centro de Citologia Experimental da Universidade do Porto e professor no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Criou o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), presidiu durante vários anos ao Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e dirigiu, durante dez anos, o Laboratório Associado que integrou estes dois institutos. Actualmente preside ao Conselho de Gestão e Orientação do consórcio I3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde), que inclui, para além do IBMC e do INEB , também o IPATIMUP. Publicou mais de cento e vinte artigos em várias revistas científicas internacionais, foi editor / autor de 6 volumes em áreas da Biologia e Ambiente, foi consultor redactorial da Enciclopédia de Física Aplicada e escreveu dezenas de artigos e relatórios em livros, revistas e jornais de divulgação, sendo ainda coordenador e autor de vários trabalhos nas áreas da Biologia, Ambiente e Física Aplicada. Presidiu a inúmeros grupos de trabalho na European Science Foundation (ESF), na Comissão Europeia, na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e é membro de várias sociedades cientificas e também do Conselho para Investigação e Exploração da National Geografic Society. Presentemente, os seus interesses científicos são o stress biológico, o risco e a divulgação da ciência. É secretário do Conselho dos Laboratórios Associados, presidente do Conselho de Ética para a Investigação Clínica e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.

Clemente Menéres Semide, É para mim um grande orgulho fazer parte do júri deste prémio criado em homenagem e memória de meu tio e padrinho Fernando Távora. Sou arquitecto, formado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, e Master of Science in Architecture and Building Design pela Universidade de Columbia em Nova Iorque. Tendo colaborado com o Arq. Álvaro Siza em vários projectos, fui coordenador de equipa projectista do Museu de Serralves, Praça da liberdade, Avenida da Ponte e Museu da Cidade, e estação de metropolitano de São Bento, no Porto. Em Basel, de um edifício de investigação farmacêutica no Campus da Novartis. Lecciono desde 2000 a disciplina de Projecto do Curso de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto.

 

 

 

Ana Cristina Machado, nasceu no Porto em 1963, é licenciada em Arquitectura pela FA-UTL, em 1990, depois de fazer parte do percurso académico na Escola Superior Artística do Porto.
Colaborou em diversos gabinetes desde o período académico, desenvolvendo trabalhos e participando em vários concursos, em actividade liberal. Colabora no gabinete do arquitecto Manuel Fernandes de Sá desde 1990, desenvolvendo trabalho em diferentes áreas de projecto. Na actividade associativa foi vogal do Conselho Directivo da SRN da OA (1999-2001 e 2002-2004) onde foi co-responsável pelo Pelouro da Encomenda Pública, cargo que ocupa no actual CDRN; foi vogal do Conselho Directivo Nacional (2005-2007), onde foi co-responsável pelo Pelouro da Prática Profissional.

Jorge Figueira, é licenciado em arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e doutorado em arquitectura, pela Universidade de Coimbra. É director do Departamento de Arquitectura, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, onde é Professor Auxiliar. É investigador do Centro de Estudos Sociais (Universidade de Coimbra). É investigador principal da Red PHI Patrimonio Histórico Cultural Iberoamericano. Lecciona no Programa de Doutoramento em Arquitectura, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Foi co-comissário da representação oficial portuguesa na Bienal de S. Paulo, Brasil, em 2007, e comissário da exposição “Álvaro Siza. Modern Redux”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, em 2008. Tem livros publicados em que se destaca Reescrever o Pós-Moderno, Dafne, 2011, O Arquitecto Azul, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010, A noite em arquitectura, Relógio d’Água, 2007. Tem textos publicados em revistas nacionais e internacionais da especialidade. É colaborador do jornal “Público”, onde assina uma coluna quinzenal.

Nelson Mota, (Mesão-Frio, 1973), licenciou-se em Arquitectura pela Universidade de Coimbra (UC) em 1998 com pós-graduação em Arquitectura, Território e Memória pela UC em 2006. Entre 1998 e 2004 foi assistente na Escola Universitária das Artes de Coimbra e a partir de 2004 no Departamento de Arquitectura da UC. Em 2006 foi comissário regional na exposição "Habitar Portugal 2003/2005". Venceu a 1ª edição do Prémio Távora (2005-06). Em 2010 publicou o livro "A Arquitectura do Quotidiano: Privado e público no espaço doméstico da burguesia portuense no final do século XIX", que foi finalista do prémio Ibérico FAD 2011 - Pensament i Crítica. Desde 2009 desenvolve o Doutoramento em Arquitectura na Delft University of Technology (TU Delft), na Holanda. Participa em projectos de investigação na UC e na TU Delft. Como arquitecto, integrou a equipa do GTL Montemor-o-Velho (1998-2002) onde ganhou o Prémio Nacional de Arquitectura Alexandre Herculano (2003) e é membro fundador de comoco arquitectos, cujas obras já foram finalistas nos prémios ENOR 2009 e 1º Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira (2011) e seleccionados para a exposição "Habitar Portugal 2006/2008."

Livro "Domus-Fortis In Æquator"