Início > Prémio Fernando Távora 6ª edição

Prémio Fernando Távora 6ª edição 

A arquitecta Marta Pedro foi a Vencedora da 6ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “A Song to Heaven ou o Japão Sublime em Frank Lloyd Wright: da viagem de 1905 ao Legado na Arquitectura Moderna Japonesa”.

Júri: Constituído pelo arquitecto João Mendes Ribeiro (em representação da Casa da Arquitectura), que presidiu ao júri, o cineasta Manoel de Oliveira, arquitecto Luis Mansilla, António Magalhães Basto (em representação da família do Arquitecto Fernando Távora) e, ainda, arquitecta Margarida Vagos Gomes (em representação da OASRN).
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Ana Maio; Maria Manuel Oliveira; Luís Tavares Pereira (vogais do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), Margarida Vagos Gomes; Teresa Cálix (vogais do pelouro da Encomenda), Rita Vitorino (assessoria); Sara Azevedo (assessoria).
Design gráfico: R2
Patrocínio: AXA Portugal

Regulamento da 6ª edição
Proposta “A Song to Heaven ou o Japão Sublime em Frank Lloyd Wright: da viagem de 1905 ao Legado na Arquitectura Moderna Japonesa”

Marta Pedro propõe uma viagem de investigação aos edifícios e lugares de maior relevância para o estudo da obra e legado de Frank Lloyd Wright no Japão. A viagem desenvolver-se-á em três momentos: "Japão seminal. Arquitectura tradicional japonesa revisitada"; "A obra de Wright no Japão. Edifícios construídos e lugares de projecto"; e "A perpetuação do espírito de Wright: legado e construção da arquitectura moderna japonesa".

"A influência que o Japão e em particular a sua arte, estética e espiritualidade, exerceram na obra de Frank Lloyd Wright, é amplamente reconhecida e elogiada pelo arquitecto. Num fascínio iniciado pelas gravuras Ukiyo-e, de que era ávido coleccionador, a primeira viagem que faz fora dos Estados Unidos é rumo ao Japão, em 1905. Simbolicamente Wright volta as costas aos revivalismos dos modelos da Antiguidade clássica que iam sendo adoptados pela América, procurando na estética do Japão tradicional a confirmação de valores orgânicos.
Ao Japão e à arquitectura japonesa, porque em tudo neles encontra o ideal orgânico que buscava, escreve uma ode a que chama “A Song to Heaven”, enaltecendo a sublime qualidade de usarem arte e ciência em uníssono, revelando a beleza da unidade entre humanidade e natureza.
Durante o tempo que vive em Tóquio desenha cerca de doze edifícios, construindo o Hotel Imperial referência maior e obra redenção (heróica) da sua carreira, mas deixa um legado ainda mais significativo: os ensinamentos de Frank Lloyd Wright levaram o Japão a uma tomada de consciência inédita da necessidade preservação do seu património arquitectónico e do seu capital de técnicas de tradição ancestral, que tendiam a ser sacrificadas na busca da modernização."
Excerto da proposta de viagem
O Júri "enalteceu o número e a qualidade da generalidade das propostas concorrentes, pelo potencial que encerram como propostas de investigação no âmbito da arquitectura, reconhecendo que o trabalho seleccionado e premiado nesta 6.ª Edição do Prémio Távora se distingue por evidenciar, tal como na obra de Fernando Távora, a síntese (possível) entre tradição e modernidade, através da leitura da obra de Frank Lloyd Wrigth no Japão. Esta viagem transcende o tempo e o espaço para nos propor uma dimensão híbrida entre a arquitectura tradicional japonesa e a história da arquitectura moderna, traduzida de forma clara na arquitectura intemporal de Frank Lloyd Wright. O rigor e a qualidade desta viagem são alicerçados num conhecimento aprofundado da cultura, história e domínio da língua japonesa, proporcionados pela vivência e trabalho neste país".
Excerto da Acta do Júri

Biografia da vencedora

Marta Navarro Pedro nasce em Coimbra, em 1980. É Arquitecta pelo Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra (2005). Em 2004 a Prova Final de Licenciatura 奥 間 TOKYOITO (OKU, MA TOKYOITO) leva-a a fazer investigação em Tóquio, procurando através do paradigma arquitectónico e de desenvolvimento urbano representado por esta megalópole, respostas para a condição indefinida da cidade contemporânea e arquitectura que nela se produz, abordagem estruturada em intersecção e complementaridade com o universo conceptual e projectual do arquitecto Toyo Ito. 
Vive e trabalha em Tóquio desde 2005 onde colaborou com os ateliês Toyo Ito & Associates nos projectos dos edifícios Tod's em Omotesando, e Mikimoto Ginza em Tóquio e ainda no projecto do Pavilhão para o Jardim de Santa Cruz, para Coimbra, projecto em colaboração com Cecil Balmond.
Após colaboração nos ateliers de Jun Mitsui e Richard Rogers, onde trabalhou em projectos para Tóquio nos edifícios De Beers e The Iceberg, inicia em 2006 a colaboração no atelier Maki and Associates Architects tendo trabalhado no projecto reabilitação urbana de Chateaucreux, Saint-Etienne, França, compreendendo centro de negócios, edifícios residenciais e renovação da estação ferroviária, e ainda no projecto de renovação e ordenamento da avenida Orchard Road, em Singapura.
Desenvolve desde 2008 actividade profissional independente em Tóquio. Em 2009 inicia igualmente projecto de documentação e arquivo fotográfico de obras de arquitectura japonesa, moderna e contemporânea no Japão a par com um projecto de entrevistas a arquitectos japoneses e prepara candidatura a Doutoramento. É desde 2006, professora convidada na Universidade Meiji, Tóquio, onde é responsável pelo Seminário Anual de Arquitectura. É ainda desde 2006 membro da direcção do Young leaders Group do Urban Land Institute Japan, em Tóquio.

Composição de Júri

Margarida Vagos Gomes, nasceu em Luanda, em 1968. Licenciada em Arquitectura pela FAUP, 1993.
Integra, desde 2004, o Conselho Directivo da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos, sendo responsável pelo Pelouro da Encomenda no 1º mandato, tendo acompanhado as alterações legislativas respeitantes à encomenda pública, sendo co-responsável pelo mesmo pelouro no 2º mandato. Colaborou, durante o percurso académico, com os Arquitectos Henrique de Carvalho, Carlos Guimarães e Luis Soares Carneiro, e João Luís Carrilho da Graça. Em 1997 e 1998 colaborou com o Arquitecto Paulo Providência. Exerce a profissão liberal, desde 1994, em co-autoria com o Arquitecto António Lousa.

Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nasceu no Porto a 11 de Dezembro mas só foi registado a 12 de Dezembro de 1908, como consta no seu bilhete de identidade. Seu pai, que o levava a ver fitas de Charles Chaplin e Max Linder, despertou-lhe muito cedo o interesse pela sétima arte. Andou no Colégio Universal, no Porto, e posteriormente no Colégio Jesuíta de La Guardia, Galiza. Foi como desportista de ginástica, atletismo e automobilismo que ganhou notoriedade. Começou a filmar o Douro, Faina Fluvial com uma máquina oferecida por seu pai nos anos 30 e, como actor, participou nos filmes Fátima Milagrosa (1928) e A Canção de Lisboa (1933). Casou em 1940 com Maria Isabel, continuando casados. Realizou a sua primeira longa-metragem Aniki Bó-Bó dois anos depois de casar, tendo um total de 54 filmes realizados até ao momento. Os seus filmes, com uma câmara quase imóvel, centram-se mais na força da palavra do que na acção e caracterizam-se por planos longos, com enquadramentos e luz cuidadosamente preparados.

Luis Moreno Mansilla, (1959) é arquitecto pela ETSAM (1982), com uma bolsa da Academia de Belas Artes em Roma (1982-1984) e com Doutormanento pela ETSAM (1998). Actualmente, divide a sua actividade profissional entre a prática e o ensino. É Professor Titular do Departamento de Projectos da Escola de Arquitectura de Madrid e professor convidado pela Princeton University School of Architecture. Em 1992 fundou com Emílio Tuñon o escritório MANSILLA TUÑÓN ARQUITECTOS, escritório dedicado à confrontação da teoria e da docência com a prática projectual e constructiva. Em 1993 funda a cooperativa de pensamentos CIRCO, a qual edita a publicação com o mesmo nome. Mansilla Tuñon receberam, entre outros, os seguintes prémios: PREMIO MIES VAN DER ROHE 2007 (Prémio de Arquitectura Contemporânea da União Europeia), Prémio Nacional de Arquitectura Espanhola 2003, Prémio FAD 2001, Prémio COACV 2000.

 

 

João Mendes Ribeiro, Coimbra, 1960. Arquitecto pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (1986), onde leccionou entre 1989 e 1991. Doutorado em Arquitectura, especialidade Teoria e História, pela Universidade de Coimbra, 2009. Professor Auxiliar no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, na cadeira de Projecto. Reconhecido com diversas distinções e prémios: Prémio Architécti, Lisboa, 1997 e 2000; Highly Commended, AR awards for emerging architecture, Londres, 2000; Prémio Diogo de Castilho, Coimbra, 2003 e 2007; Premis fad d’Arquitectura i Interiorisme, Barcelona, 2004; Gold Medal for Best Stage Design, 11th International Exhibition of Scenography and Theatre Architecture – Prague Quadrennial 2007, Praga, 2007; Prémio AICA 2007, Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura, 2008; IV Prémio Enor, na categoria Portugal, Vigo, 2009. Nomeado para o European Union Prize for Contemporary Architecture – Mies Van Der Rohe Award, Barcelona, 2001 e 2005; finalista da II e IV Bienal Iberoamericana de Arquitectura e Engenharia Civil, Cidade do México e Lima, 2000 e 2004; finalista dos Premis fad d’Arquitectura i Interiorisme, Barcelona, 1999, 2001, 2002, 2004 e 2006. Em 2006 foi distinguido pela Presidência da Republica com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. – Coimbra, Dezembro de 2009.

António José Távora de Magalhães Basto, nasceu a 27 de Abril de 1955, na Foz do Douro, filho de Maria Teresa, a irmã mais nova do Arquitecto Fernando Távora. Não tendo formação específica na área de Arquitectura, já que praticamente trabalhou em grande parte da sua vida numa Companhia de Aviação, foi este ano escolhido pela Mulher e Filho do homenageado a fim de representar a Família, como membro do júri que avaliará os trabalhos candidatos à 6ª edição do Prémio Fernando Távora. Para além duma grande e óbvia admiração pelo homenageado, sempre se interessou empenhadamente pelos assuntos que à Arquitectura dizem respeito, por razões familiares e não só, tendo ao longo dos anos organizado um vasto acervo documental, composto não só de artigos de revistas, catálogos, fotografias da especialidade, como de livros que versam o tema em questão. Paralelamente, por óbvia influência familiar de seu avô, Artur de Magalhães Basto, o interesse na história quer do Porto, quer de vários locais no Mundo visitados, sempre estiveram presentes, tendo participado como observador em inúmeras visitas e passeios que aliavam a história do lugar às alterações que a Arquitectura lhe incutiu.

Inspiração na arquitectura do Japão