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Prémio Fernando Távora 5ª edição 

O arquitecto Armando Rabaça foi o Vencedor da 5ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “De La Chaux-de-fonds à Voyage d Orient - A promenade architecturale e o espaço/tempo em Le Corbusier”.

Júri: Constituído pelo Dr. Emílio Rui Vilar Arq. Nuno Brandão Costa, Arq. Ana Tostões (em representação da Família Távora), Arq. João Paulo Rapagão (em representação da Casa da Arquitectura) e Arq. Maria Manuel Oliveira (em representação da OASRN).
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Ana Maio; Maria Manuel Oliveira; Luís Tavares Pereira (vogais do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), Margarida Vagos Gomes; Teresa Cálix (vogais do pelouro da Encomenda), Rita Vitorino (assessoria); Sara Azevedo (assessoria).
Design gráfico: R2
Patrocínio: AXA Portugal

Regulamento da 5ª edição
Proposta “De La Chaux-de-fonds à Voyage d Orient - A promenade architecturale e o espaço/tempo em Le Corbusier”

Armando Rabaça propõe uma viagem a La Chaux-de-Fonds, terra natal de Le Corbusier, e aos locais mais significativos* da sua Voyage d’Orient, visando um "um olhar renovado sobre as origens da equação espaço/tempo na concepção arquitectónica de Le Corbusier."
* La Chaux-de-Fonds, Vevey /Genebra, Istambul, Edirne (Adrianópole), Bursa, Salónica, Monte Athos, Atenas, Eleusis, Delfos, Nápoles, Pompeia, Roma, Tivoli, Florença, Galluzo, Pisa.
"A herança de Le Corbusier (LC) integra ainda hoje as bases disciplinares da arquitectura. Apesar dos anos da sua formação serem objecto recente de crescente interesse, muitos aspectos decisivos para o posterior desenvolvimento da sua obra continuam por estudar. É o caso do conceito de promenade architecturale. Questão tanto mais significativa quanto, pela sua natureza intrínseca, a arquitectura integrará sempre a equação espaço/tempo."
"Os modelos da planta central das mesquitas e da arquitectura romana de Tivoli e a tentativa de síntese com a horizontalidade da vista sobre a paisagem, à imagem da Acrópole de Atenas, do Monte Athos, da Villa d’Este ou dos jardins da Vila Adriana geram pela primeira vez uma tipologia baseada numa sala de pé direito duplo com uma galeria superior com vista sobre a paisagem através do vão aberto no lado oposto. Este princípio, que se prende com a experiência de um percurso ascendente (como em Athos ou na Acrópole de Atenas), será repetidamente redesenhado na fase purista, como demonstram projectos como a Maison Citrohan, Immeubles Villas ou a casa de Ozenfant. Há assim uma relação próxima entre a sequencialidade espacial dos primeiros projectos, a viagem ao Oriente e a fase purista da década de 20."

Excertos da proposta de viagem
O Júri congratulou-se com a qualidade das propostas concorrentes e reconheceu que o trabalho premiado se distingue por utilizar a investigação das fontes primárias de Le Corbusier, recentemente disponibilizadas, como ponto de partida para (re)construir a promenade architecturale da Viagem ao Oriente.

Biografia do vencedor

Armando Rabaça nasce em Coimbra em 1968. Conclui a licenciatura em Arquitectura no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (Darq-FCTUC) em 1997, onde é docente da disciplina de Projecto desde 1998. Integra a exposição itinerante “Geração 90” realizada pela Ordem dos Arquitectos em 1999 com a obra para os Primeiros Núcleos do Museu Municipal de Aveiro, em co-autoria com os arquitectos Gonçalo Canto Moniz e Nuno Morais, obra que integra a sessão “Escolhas – jovem criação contemporânea na Arquitectura” do 1º Congresso da Ordem dos Arquitectos, Évora, 2000. Desenvolve actividade profissional em Lisboa de 1997 a 2003, ano em que abre escritório em Coimbra, tendo sido premiado com Menção Honrosa no Projecto de Intervenção e Consolidação da cidade histórica de Erice, Sicília, no âmbito do Europan 9, 2007. Em 2006 foi comissário da região centro da exposição Habitar Portugal 03/05, promovida pela Ordem dos Arquitectos. Actualmente desenvolve a tese de doutoramento, subordinada ao tema “Le Corbusier e a promenade architecturale”, sob orientação dos Professores José António Bandeirinha (Darq-FCTUC) e Francesco Passanti (University of Texas at Austin, School of Architecture).

Composição de Júri

Emílio Rui Vilar, nascido no Porto, em 17 de Maio de 1939. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Actualmente é Presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian), de que foi Administrador desde 1996. Presidente do Conselho de Administração da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation. Desde 1996, Presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal. Presidente do Centro Europeu de Fundações e Presidente do Centro Português de Fundações. Presidente do Conselho Geral do Instituto Português de Corporate Governance e Co Presidente do Fórum Luso-Espanhol. Foi Presidente da Comissão de Fiscalização do Teatro Nacional de S. Carlos (1980-86), Vice-Presidente da Fundação de Serralves (1989-90), Comissário Geral da Europália’91 (1989-92), Fundador da Culturgest (1993), Presidente de Honra do Júri do Prémio Thyssen Arquitectura'96 (1995-96). Co-fundador e primeiro Presidente da SEDES, Secretário de Estado do Comércio Externo e Turismo (I Governo Provisório), Ministro da Economia (II e III Governos Provisórios), Deputado (1976 e 1979), Ministro dos Transportes e Comunicações (I Governo Constitucional). Director do Banco Português do Atlântico (1969-73), Consultor da Banque Franco-Portugaise (1973-74), Vice-Governador do Banco de Portugal (1975-85), Presidente do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985-86), Director Geral da Comissão das Comunidades Europeias (1986-89), Presidente da Caixa Geral de Depósitos (1989-96), Chairman da Galp Energia SGPS (2001-02).

Nuno Brandão Costa, formou-se pela FAUP em 1994, onde lecciona como assistente da Cadeira de Projecto 4 desde 1999.  Estagiou com Herzog & de Meuron na Suíça e com José Fernando Gonçalves & Paulo Providência no Porto. Em 1998, na sequência do 1º prémio do concurso para o projecto da Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e do 2º Prémio para o Projecto da Embaixada Portuguesa em Berlim, abriu escritório no Porto.
Alterna a escala pública e doméstica, onde se destacam os projectos para a Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Edifício para as Novas Instalações da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Edifício para as Instalações Desportivas e E-learning da Universidade do Porto, Edifício Polivalente da Faculdade Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Nova Biblioteca Municipal de Caminha, Casa Museu Sidónio Pais em Caminha e Edifício "Móveis Viriato". Tem projectado e construído uma série de casas unifamiliares, destacando-se a "Casa de Afife", "Casa em Lourosa", "Casa em Francelos", "Casa na Avenida da Boavista", "Casa em Macinhata" entre outras. Tem também elaborado alguns trabalhos no âmbito da recuperação, salientando-se algumas casas no Porto, a recuperação da Casa em Areias de Vilar, e uma Casa na Aldeia da Arga de Cima. Em Novembro de 2004 ganha o Prémio revelação e mérito "Jornal Expresso/ SIC – 12 anos". Foi nomeado para o prémio "Mies Van der Rohe" 2008 com a recuperação da "Quinta de Bouçós" e venceu o Prémio Secil 2008 com o Edifício Administrativo e Show-Room "Móveis Viriato".

 

 

Ana Tostões, arquitecta e mestre em História da Arte Contemporânea, doutorada pelo Instituo Superior Técnico em Lisboa, onde é professora associada. Autora de trabalhos publicados na área da história, teoria e crítica da Arquitectura e da Cidade Contemporâneas, tem participado em júris, integrado comités científicos e realizado conferências na Europa, África e América. Comissária de diversas exposições em Portugal e no estrangeiro, coordenou cientificamente o “Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal” (OA). É Vice-Presidente da Ordem dos Arquitectos e foi eleita por unanimidade Presidente do Docomomo Internacional para o mandato de 2010-2016.

Maria Manuel Lobo Pinto de Oliveira, nasceu em 1956, é diplomada em Arquitectura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto e doutorada em Arquitectura pela Universidade do Minho. Integrou o Gabinete de Planeamento e Gestão Urbanística, da Câmara Municipal de Guimarães (1983-1986), tendo entre 1986 e 2003 exercido actividade profissional em regime liberal. Leccionou no Departamento de Arquitectura da Universidade de Angola e na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, tendo colaborado no Centro de Estudos/CEFAUP. Desde 1997 que é docente no Departamento Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho, onde desenvolve prática arquitectónica no âmbito do Centro de Estudos/EA.UM. É membro, a partir de 2007, do Conselho Directivo da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos.

João Rapagão, nasce em Lisboa a 8 de Agosto de 1963. Termina o Programa de Doutoramento Arquitectura Moderna y Restauracion do Departamento de Teoría de la Arquitectura y Proyectos Arquitectónicos na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de Valladolid, Espanha, em 1992. Termina a Licenciatura em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1988. Desenvolve, actualmente, a dissertação para Doutoramento em Arquitectura com a direcção do Prof. Dr. Antonio González-Capitel Martínez, Catedrático de Proyectos da Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de Madrid. Bolseiro da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica desde 1996. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1994. Exerce funções docentes de Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada, Porto, desde 1997. Exerce, ainda, funções docentes de Professor Auxiliar Convidado do Departamento Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho, desde 2002. Preside ao Conselho Regional de Admissão da Ordem dos Arquitectos, no triénio 1999/2001. Preside, ainda, ao Conselho Directivo Regional do Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses e Ordem dos Arquitectos, no triénio 1996/1998. Elabora estudos e projectos de arquitectura, principalmente, em estudos e projectos de recuperação e restauro de monumentos nacionais e edifícios públicos.

Livro "De la Chaux-de-Fonds à voyage d'Orient"