Prémio Fernando Távora 3ª edição
A arquitecta Maria Moita foi a Vencedora da 3ª edição do Prémio Fernando Távora, com a proposta “arquitectura para o desenvolvimento. intervenções de emergência e de permanência no sudoeste asiático”.
Júri: Composto por Nuno Teotónio Pereira, Eduardo Souto de Moura, Filipa Guerreiro, João Lobo Antunes e Ferrão Afonso.
Organização: Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos – Ana Maio; Maria Manuel Oliveira; Luís Tavares Pereira (vogais do pelouro da Cultura), Adriana Castro (assessoria), Margarida Vagos Gomes (vogal do pelouro da Encomenda), Rita Vitorino (assessoria).
Design gráfico: R2
Patrocínio: AXA Portugal
Regulamento da 3ª edição
Proposta “arquitectura para o desenvolvimento. intervenções de emergência e de permanência no sudoeste asiático”
Maria Moita propõe-se visitar países que sofreram as consequências de catástrofes naturais e de conflito bélico (Sri Lanka e Timor Leste). O objectivo da proposta, na sequência da sua experiência em Timor-leste no projecto de construção e reconstrução de escolas, promovido pelo Banco Mundial e Ministério da Educação local, é analisar conceitos de desenvolvimento na perspectiva do arquitecto, ou seja de que modo pode este construir ou contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e em que medida pode esta intervenção potenciar capacidades locais.
O Júri congratulou-se pela qualidade e excelência de grande parte das propostas concorrentes e reconheceu que o trabalho premiado se distinguia pela convicção, sublinhada no texto submetido na candidatura, que a arquitectura pode e deve ser uma mais valia no processo de reconstrução em locais remotos que sofreram as consequências devastadores de desastres naturais ou bélicos. Salientou ainda duas componentes nesta proposta que importa assinalar: o profundo compromisso para o exercício da cidadania no mundo globalizado; o reconhecimento da importância de propor soluções rigorosas proporcionadas pelos recursos locais que, de algum modo consubstanciam uma linguagem mais depurada, vital para a cultura contemporânea.
Quer pela qualidade, quer pelos objectivos, a proposta de Maria Moita honra a obra de Fernando Távora.
Consulte o Blogue da vencedora da 3ª edição do Prémio Fernando Távora, Maria Moita que disponibiliza registos do seu percurso de viagem, editados ao longo da viagem que passará pelo Sri Lanka e Timor Leste.
Biografia da vencedora
Maria Moita, é arquiteta pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP). Em 2002, inicia projetos e uma investigação sobre construções em cenários pós-catástrofe, tanto de origem humana como desastres naturais. Desde então, trabalhou em Timor-Leste, Haiti, Paquistão, Nepal, Filipinas, Micronésia e Vanuatu. Atualmente, trabalha em Bangkok, no Escritório Regional para a Ásia e o Pacífico da International Organization for Migration (IOM), como especialista em Emergência e Pós-Conflito. Dá resposta a desastres em países da região, lidando com a destruição de habitações e infraestruturas, deslocamentos da população, recolocação, reconstrução e evacuação, em coordenação com outras agências humanitárias e de acordo com os padrões globais e as melhores práticas.
Composição de Júri
João Lobo Antunes, Nasceu a 4 de Junho de 1944. De 1971 a 1984 trabalhou no Instituto de Neurologia de Nova Iorque, Universidade de Columbia, tendo sido nomeado Professor Associado de Neurocirurgia desta Universidade. Professor Catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa. Desempenha presentemente as funções de Presidente do Instituto de Medicina Molecular. Foi presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia (1999), do Conselho Superior de Ciência Tecnologia e Inovação (2003), da Academia Portuguesa de Medicina (2006) e foi Membro de Conselho de Estado (2006). Autor de mais de cento e quarenta trabalhos científicos e editor de três livros. Publicou quatro colectâneas de ensaios intituladas Um Modo de Ser 1996, Numa cidade feliz1999, Memória de Nova Iorque e outros ensaios (2002) e Sobre a Mão e outros ensaios (2005). Recebeu o Prémio Pfizer de Investigação em 1970, o Prémio Pessoa em 1996, a Medalha de ouro de mérito do Ministério da Saúde em 2003, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique 2004, o Neurobionik Award Hannover em 2004 e a Medalha de Honra da European Association of Neurosurgical Societies em 2007.
Eduardo Souto de Moura, Nasceu no Porto (Portugal) a 25 de Julho de 1952. Licencia-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1980. Colabora com o arquitecto Álvaro Siza Vieira desde 1974 a 1979. Entre 1981 a 1991 trabalha como Professor Assistente do curso de Arquitectura na FAUP. Inicia a actividade como profissional liberal em 1980. Professor convidado em Paris-Belleville, Harvard, Dublin, Zurich e Lausanne.Recebeu vários prémios e participou em vários Seminários e Conferências em Portugal e no estrangeiro.
Nuno Teotónio Pereira, Nasceu em Lisboa, em 1922. Arquitecto, tem desenvolvido a sua actividade em regime de profissão liberal, ainda que simultânea, durante cerca de 20 anos, com a de técnico de um organismo público ligado à habitação social, domínio em que adquiriu vasta experiência. Vários trabalhos saídos do seu gabinete, muitos deles em co-autoria, foram premiados, entre outros e por várias vezes, com o Prémio Valmor e Municipal de Lisboa, Prémio AICA 1985 e Prémio Aquisição 2007 da Academia Nacional de Belas Artes. Foi presidente do Movimento de Renovação da Arte Religiosa, da Cooperativa Cultural PRAGMA, do Centro Nacional de Cultura, da Associação dos Arquitectos Portugueses e do Conselho de Arquitectos da Europa. Doutorado honoris causa pelas Universidades do Porto e Técnica de Lisboa, é autor de numerosos estudos, artigos e comunicações sobre Arquitectura, Urbanismo, Habitação, Património e Território.
José Ferrão Afonso, Nasceu em 1951. Licenciado em História, variante de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e Doutoramento em Teoria e História da Arquitectura no Departamento de Composição Arquitectónica da Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade Politécnica da Catalunha, Barcelona. Assistente-regente na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Norte, desde o ano lectivo de 1998-1999 e Coordenador da licenciatura em Arte da Escola das Artes da UCP/CRP desde o ano lectivo de 2000-2001 a 2003-2004. Tem diversos trabalhos publicados, dos quais se destacam: «Manuel Luís, um contributo para a História de um mestre-pedreiro quinhentista». Museu. Porto: Círculo José de Figueiredo. IV série, nº 6, (1997); A Rua das Flores no século XVI : elementos para a história urbana do Porto quinhentista. Porto: FAUP, 2000; Vale do Lima : memória, sentimento, situação. Ponte de Lima : Valima , 2002; Guimarães Património Cultural da Humanidade. Vol I, Porto: Edições Asa, 2003 (com José Bernardo Ferrão); O Mosteiro de S. Pedro e S. Paulo de Arouca. História e Arte. Lisboa: INAPA, 2004.
Filipa de Castro Guerreiro, Nasceu em 1976, em Viana do Castelo. Vogal da direcção OA-SRN, co-responsável pelo pelouro da cultura. Licenciada em Arquitectura pela FAUP, 2000; bolseira Erasmus no I.U.A.Venezia, 98/99. Recebeu em 2000 Prémio de Mérito da FAUP, Prémio Arq. Ricardo G. Spratley e Prémio Eng. António de Almeida. Assistente Estagiária de Projecto I na FAUP desde 2006. Bolseira de Mestrado da FCT-MCES. Entre 1999 e 2000 colaborou com o Arq. Álvaro Siza e em 2001 com o Arq. José Paulo dos Santos. Fundou em 2001 o Laboratório de Arquitectura, actualmente trabalha em co-autoria com Tiago Correia. Entre outras, estão já construídas as obras que resultaram de 1º Prémios em concursos: CMIA de Matosinhos e Escola B. I. do 1ºciclo de Paredes de Coura (selecção "Habitar Portugal 00-02 e 03-05"); ampliação da EPRAMI de Paredes de Coura (Prémio Arquitectura em Tijolo de Face à Vista CVG 04/05 Categoria Jovem Arquitecto) e o Centro Ambiental da Paisagem Protegida do Corno de Bico.