22 agosto 25
Posição conjunta da Ordem dos Arquitectos e da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas – Grandes Incêndios de 2025
A Ordem dos Arquitectos (OA) e a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP) optaram por se unir na presente posição conjunta sobre os grandes incêndios de 2025. Os arquitetos e os arquitetos-paisagistas, através das suas associações profissionais e por via respetivamente das suas Secções e Delegações da região Centro e Norte, considerando que estes territórios foram os mais afetados por um verão muito difícil no contexto nacional, ibérico e europeu, solidarizam-se com as populações afetadas pelos incêndios deste verão, enviando condolências às famílias dos combatentes do fogo e uma palavra de conforto e força para com todas as pessoas afetadas de forma material e psicológica neste período tão difícil. Durante o último mês recebemos vívidos relatos de vários dos nossos membros que, na primeira pessoa, relataram o duro combate para salvaguardar pessoas e bens. Agradecemos o esforço de todos os que, muitas vezes com risco de vida, defendem o território e a paisagem, e esperamos que este flagelo termine o mais rapidamente possível.
A OA e a Associação APAP informam que pretendem, nos próximos dias, disponibilizar ao Governo, à Associação de Municípios e às Comunidades Intermunicipais, um conjunto de propostas das respetivas áreas disciplinares para a realização de um pacto que permita a implementação de políticas de planeamento territorial, acelere a execução cadastral, realize os levantamentos de prejuízos, permita avaliar custos de reconstrução, entre muitas outras ações, agregando equipas multidisciplinares conjuntas, envolvendo técnicos dos municípios e profissionais acreditados (validados por via de bolsas de voluntariado ou de natureza específica, nas associações profissionais).
Pretende-se com estas equipas ajudar a acelerar a ativação de fundos disponíveis e ultimar processos nas companhias de seguros, assim como realizar outras ações que apoiem a reconstrução do território procurando contrariar a lentidão de processos que fomentem uma contínua desvalorização do solo rústico, procurando estabelecer uma eficaz valorização do território e vivência rural, reconhecendo-lhes a importância nacional na gestão do território e paisagem e o seu contributo para minimizar a sua vulnerabilidade ao fogo.
Ambicionamos contribuir com conhecimento técnico relevante para apoiar o País na programação de medidas concretas para uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil, o mais rapidamente possível.
Lisboa, Coimbra e Porto, 20 de Agosto de 2025
Subscrevem,
· Avelino Oliveira, Presidente da ordem dos Arquitectos e Carlos Correia Dias, Presidente da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas
· Florindo Belo Marques, Presidente da Secção Regional Centro da Ordem dos Arquitectos e Joana Sobral, APAP – Delegação Centro