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14 agosto 25

Pós-Graduação em Projeto Integrado em Arquitetura, Design e Artes

Metodologias e práticas da sustentabilidade (1.ª edição).
 
A Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa lança a 1.ª edição da Pós-Graduação em Projeto Integrado em Arquitetura, Design e Artes, uma formação que pretende suscitar a tomada de consciência da contribuição para o compromisso despreocupado, adiando eternamente a assunção das responsabilidades que todos partilhamos e igualmente considerar opções projetuais legítimas e eficazes, nos aspetos fundamentais da intervenção no ambiente, para que se assegure um futuro.
 
Destinado a estudantes, profissionais liberais e funcionários públicos, decorre entre 26 de setembro e 19 de dezembro de 2025, às sextas-feiras e sábados, de forma presencial e online e engloba módulos que abordam a Sustentabilidade, as Artes, a Arquitetura, o Design, a Prática Integrada de Projeto, podendo nas últimas sessões pedagógicas escolher-se entre duas opções: Arquitetura ou Design e Artes.
 
Candidaturas a decorrer até 29 de agosto.  

 

 

A Arquitectura, o Design e a Arte, de um modo geral, resultam quase sempre de um acto construtivo. Mas não podemos ignorar que toda a actividade construtiva humana deve ser encarada, fundamentalmente, como uma intervenção no Ambiente e que as problemáticas do edificado revelam, por outro lado, a natureza contraditória do acto de construir. É que a ordem “artificial” estabelecida pelo edificado vai substituir a ordem “natural” que a Natureza espontaneamente havia criado e mantido. Assim, a “humanização” do espaço dá-se sempre no sentido de se alterarem equilíbrios estabelecidos por essa “ordem natural”. Sabemos, também, que as consequências das alterações impostas pelas actividades humanas ultrapassam os aspectos meramente físicos do Ambiente.

De facto, num quadro geral de exploração intensiva de recursos, como a contemporaneidade nos veio impor, aquilo a que chamamos a “Cultura”, o capital social das comunidades e, de um modo geral, o seu Património material acabam por alterar-se profundamente. Não deveria, por isso mesmo, a lógica das nossas práticas de construção (e os programas do Projecto, qualquer que este seja, no contexto de uma ordem económica “racional”) obedecer a princípios garantindo o respeito pelo ambiente e a conservação do património nas suas múltiplas vertentes? Do mesmo modo, não seremos obrigados a relacionar a assunção desta “contemporaneidade” com materiais que têm como princípio a Sustentabilidade, desde as técnicas construtivas tradicionais até às novas tecnologias “suaves” e o re-uso, como resposta aos problemas económicos e ambientais?

Em Projecto, nas suas várias escalas, é o próprio “conceito de sobrevivência”, aplicado a um tempo e a um espaço determinado, que se torna responsável pela exploração “racional” de quaisquer tecnologias — o que vai opor a construção dependente de sistemas tecnológicos industriais globalizados a uma outra construção, a que surge directamente ligada às contingências materiais e humanas de proximidade.

Na verdade, é preciso ter em conta as diferentes implicações económicas, sociais e políticas de uma Arquitectura e de um Design concretizados com a participação directa da “comunidade” sua beneficiária, por oposição ao Urbanismo decorrente de sistemas centralizados de planificação, por exemplo.

Neste sentido, é urgente estabelecer-se com clareza os princípios de uma responsabilidade ecológica que nos permita projectar um futuro possível. Isso implicará certamente a reconceptualização crítica da Arquitectura, do Design e, de um modo geral, do Projecto que partirá de uma revisão profunda das suas metodologias da concepção. Nesta mesma perspectiva, devemos também considerar que há toda uma economia (altamente poluente) associada às indústrias da Arte que se considera a si-própria acima de quaisquer (pre)juízos ecológicos.

É óbvio que a crítica dos processos de utilização dos recursos – energéticos, minerais, hídricos, etc. – e a introdução na biosfera de fontes de poluição ou de alteração dos equilíbrios ecológicos deverão tornar-se condições prévias de qualquer intervenção no território, independentemente da sua escala. Por tudo isto, é incontornável a consideração de modos alternativos de fixação no território, dos materiais e dos sistemas de construção, bem como dos próprios dos sistemas que, por intermédio do seu uso, se venham a estabelecer.

Aqui, “integração” deverá, por isso, considerar-se na sua acepção mais abrangente: a da garantia e eficácia da sustentabilidade das soluções aos problemas que os programas de Projecto, quaisquer que estes sejam, querem respondem. Aliás, por aqui também se estabelecem os limites e a co-existência desses programas como possibilidades de acção legítimas do homem sobre o próprio mundo.

O raciocínio que esta formação se propõe fazer pretende suscitar a tomada de consciência da nossa contribuição para o estado de coisas a que nos conduziu desta mentalidade do compromisso despreocupado, adiando eternamente a assunção das responsabilidades que todos partilhamos e igualmente considerar opções projectuais legítimas e eficazes, nos aspectos fundamentais da nossa intervenção no ambiente, para haja, de facto, um futuro.

 

Resumo dos Módulos:

I. DA SUSTENTABILIDADE (18H)

1. O Sentido de Ordem (teórica)

2. Economia do Ambiente (teórico-prática)

3. Cultura e Sociedade (teórica)

MASTERCLASS 1 (teórica)

 

II. DAS ARTES (14H)

4. Retóricas da Arte (teórica)

5. Indústrias da Arte (teórica)

6. Arte e Ambiente (teórica)

MASTERCLASS 2 (teórica)

 

III. DA ARQUITECTURA, DO DESIGN E DAS ARTES

(COMO ACTIVIDADES CONSTRUTIVAS) (28H)

7. Ecologia dos materiais (teórico-prática)

8. As Arquitecturas “Verdes” (teórico-prática)

9. Ambiente e Modernidade (teórica)

MASTERCLASS 3 (teórica)

 

IV. DA PRÁTICA INTEGRADA DE PROJECTO

(ARQUITECTURA, DESIGN E ARTES) (30H)

OPÇÃO 1: ARQUITECTURA

10. A Concepção como Construção do Ambiente (teórico-prática)

11. Sustentabilidade no Projecto (prática)

12. Os Sistemas construtivos (prática)

MASTERCLASS 4 (teórica)

 

OPÇÃO 2: DESIGN E ARTES

10. Design e Artes e Desenvolvimento Sustentável (teórico-prática)

11. Técnicas e Métodos (prática)

12. Design Aplicado: projetos exploratórios em contexto de colaboração e diálogo com agentes e organizações da sociedade civil no terreno (prática)

MASTERCLASS 5 (teórica)        

 

Curso de formação pós-graduada de curta duração (não conferente de grau académico)

Nº de Unidades Curriculares/Módulos: 15

Nº de Créditos (ECTS): 14

 

Estrutura Curricular / Plano de Estudos

Esclarecimento de dúvidas

Inscrições

 

Fonte: Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

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