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A Secção Regional dos Açores do Ordem dos Arquitectos assinala o centenário da data do nascimento do arquiteto açoriano João Correia Rebelo (Ponta Delgada, 18 de julho de 1923 – Montreal, 31 de janeiro de 2006).

A comeração será assinalada com a realização de uma edição especial da Conversa ao Estirador, no próximo dia 27 de julho, às 21h (hora local), em formato online, e que contará com a presença do Arq. Nuno Costa, do Doutor Jorge A. Paulus Bruno, do Doutor José Manuel Fernandes, da Doutora Ana Vaz Milheiro e do Dr. Jorge Rebelo. 

João Correia Rebelo, ao longo das décadas de 50 e 60, realizou “uma obra de qualidade notável, bem representativa da melhor arquitetura contemporânea no nosso país” e com diversas referências à Bauhaus de Le Corbusier e alusões às obras de V. Cropius, F. L. Wright, A. Aalto e Oscar Niemeye, tendo sido autor de um conjunto vasto de projetos representativos da expressão do movimento moderno na região, como a Estalagem da Serreta, em Angra do Heroísmo, a Casa Almeida Lima, na Ribeira Grande, o Seminário Diocesano do Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada, o Colégio de São Francisco Xavier, em Ponta Delgada, o Conjunto Residencial Dr. Silveira Rosa, em Ponta Delgada, a Casa Silva Fraga, na estrada Ribeira Grande-Ponta Delgada, a Central Termoelétrica do Caminho da Levada, em Ponta Delgada, e um abrigo agrícola no Monte Escuro, em São Miguel.

Além da sua vasta obra arquitetónica, publicou os únicos dois manifestos feitos em Portugal pela afirmação da arquitetura moderna em detrimento da arquitetura passadista do Estado Novo, em 1953 e intitulado “Não!”, além do “Senhor Ministro”, de 1956, e de vários artigos em reação à construção dos edifícios que na praça Gonçalo Velho em Ponta Delgada, em Estilo Nacionalista.

O arquiteto Nuno Costa, Presidente da Secção Regional dos Açores do Ordem dos Arquitectos, a propósito desta iniciativa, destaca que “esta é uma data digna para ser recordada, dada a importância do pensamento e a relevância da obra do arquiteto João Correia Rebelo, em particular, no contexto da sociedade Micaelense, que contribuiu para uma mudança de paradigma consentâneo com as exigências da sociedade contemporânea”.