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22 maio 25 Norte

Dia Internacional da Diversidade Biológica

22 de maio – Dia Internacional da Diversidade Biológica
Arquitetura e Biodiversidade: Reconciliar a construção com a vida

Fernando Távora: as raízes e os frutos: palavra, desenho, obra 1937-2001. O meu caso arquitectura, imperativo ético do ser 1937-1947
[tomo I.II e D'os meus livros]
investigação, organização:  Manuel Mendes
editor: FIMS; FAUP; UPorto Press
Idioma: português
dimensão: 19x24 cm

Este livro está disponível para consulta na Biblioteca e compra na Livraria da OASRN.


sinopse:

As Raízes e os Frutos, palavra desenho obra, projeto editorial com investigação, organização e notas de Manuel Mendes, «acontece, vem acontecendo, aventurando na diversidade e na unidade dessas pautas cuidadoras da memória que se tornaram arquivo sem roteiro», assim começando a dar acesso a «essa "arca" de interior» que se encontrava reservada, numa «(re)aproximação a um tempo, a um espaço, a um horizonte», para dar lugar e voz a Fernando Távora. Publicado que foi o tomo I.I, ainda em tempos de pandemia, chegam agora os dois livros que, com ele, completam a primeira das duas partes constituintes do 1.º volume: o tomo I.II  - O meu caso Arquitectura, imperativo ético do ser 1937-1947 - e D’os meus livros. 
 
«Fernando Távora reconheceu, pois, a pertinência de uma ação editorial que se organizasse como comunicação do que Távora entendia como memórias de vida, mas, sobretudo, uma ação que se proporcionasse como espaço de estudo sobre como aquele projeto-de-arquitetura aquela obra, interpretaram o ofício vocacional da arquitetura, no seu destino político, social, cultural no seu comprometimento com a comunidade. [...] Nesta ação editorial [As Raízes e os Frutos. palavra desenho obra] não está em causa escrever um livro sobre Fernando Távora, mas antes proporcionar em espaço de edição uma aproximação/informação sobre passagens de um curso de vida, marca(s) de um fazer-se pessoa (e) arquiteto, pela informação/aproximação à diversidade e à unidade de um legado de documentação de arquitetura - os livros, as escritas, os desenhos, os projetos, as obras, as memórias, as coleções, as fotografias.»  

Neste Dia Internacional da Biodiversidade, evocamos a urgência de repensar a forma como construímos e habitamos o território. A crise climática, a erosão dos solos, a escassez de água e a perda acelerada de espécies exigem um novo olhar sobre a arquitetura — um olhar que reconheça que construir é sempre intervir num ecossistema vivo.

Mas esta consciência não é nova. Já Fernando Távora, nos seus escritos e desenhos de juventude reunidos em As Raízes e os Frutos, traçava uma ética profunda da arquitetura: uma disciplina que nasce do lugar, da cultura e da paisagem. Para Távora, “arquitetar” implicava compreender e respeitar o meio natural, construir em diálogo com ele, e não contra ele. A sua obra e pensamento revelam uma inquietação permanente com as consequências humanas e ambientais da arquitetura, muito antes de estas se tornarem bandeiras contemporâneas.

Hoje, perante os desafios da biodiversidade ameaçada, a lição de Távora mantém-se luminosa. Cabe-nos, como arquitetos e como cidadãos, recuperar essa atitude de escuta, de respeito pelo sítio e de compromisso com a sustentabilidade — não como imposição normativa, mas como expressão ética e poética da arquitetura.
Celebrar a biodiversidade é, também, celebrar uma arquitetura enraizada, consciente, e generosa para com o futuro. É tempo de construir com a natureza, e não à sua custa.

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