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Publicado a 19 Março 2024Norte

Prémio Fernando Távora - Lançamento da 20ª edição e Conferência da Vencedora da 18ª edição

08 de abril

Sede OASRN - Rua de Álvares Cabral 144, 4050-040 PORTO

Central Geotérmica Hellisheidi, Islândia ©Inês Rodrigues

Central Geotérmica da Ribeira Grande_São Miguel, Açores ©Inês Rodrigues

Pela sessão de lançamento da 20ª edição do Prémio Fernando Távora, realiza-se a conferência "Viagem às Arquiteturas Energéticas Insulares" proferida pela vencedora da 18ª edição, Inês Vieira Rodrigues, no próximo dia 8 de abril, pelas 18h00, na sede da OASRN.
Entrada gratuita com inscrição no link.

Organização: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte

Parceiros:  Câmara Municipal de MatosinhosCasa da Arquitectura e Fundação Marques da Silva

Patrocínio Institucional: Ageas Seguros

Iniciativa integrada no programa Távora 100, organizado pela Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho

Sobre o Prémio

Promovido anualmente pela OASRN em homenagem ao arquiteto Fernando Távora, em memória da sua figura que influenciou gerações sucessivas de profissionais pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, o Prémio resulta na atribuição de uma bolsa de viagem e é destinado a todos os inscritos na Ordem dos Arquitectos.
 
O conceito parte do facto de que, desde estudante e durante toda a sua vida, Fernando Távora viajou incessantemente para estudar no terreno a arquitetura de todas as épocas em todos os continentes, utilizando-a, desde 1958 até 2000, como conteúdo e método da sua atividade pedagógica. As suas aulas e a sua prática projetual consolidaram, em sucessivas gerações, em Portugal e no estrangeiro, a ideia de que o conhecimento da História e da Cultura são indispensáveis para a produção da Arquitetura Contemporânea.
 
Simultaneamente, é a própria prática da arquitetura que hoje se desenrola cada vez mais no palco mundial, transcendendo largamente os contextos locais. Arquitetos de todo o mundo contribuem com propostas para outros países, outras culturas, e nesta realidade global, de intensas trocas de experiências, é importante preparar os arquitetos através de experiências reais de confronto in loco.
 
Cumprir-se-á, assim, uma das heranças do arquiteto portuense: a extraordinária capacidade de investigar sobre o sentido das coisas, as suas raízes, a grande curiosidade pelo outro, ancorada numa forte ligação ao seu contexto de origem, na defesa da dignidade do Homem e respeitador das suas diferenças.

O Prémio Fernando Távora destina-se por isso a perpetuar a memória do arquiteto, valorizando a importante contribuição da viagem e do contacto direto com outras realidades na formação da cultura do arquiteto.

 

Sobre a Conferência

A Islândia e os Açores partilham o oceano Atlântico e a excecionalidade das condições geomorfológicas, em particular, a divergência de placas tectónicas. Tendo como propósito a investigação sobre as arquiteturas de energia materializadas nas ilhas, a viagem de Inês Vieira Rodrigues elege a produção de eletricidade como código para interpretar o território.

Inês Vieira Rodrigues (Tomar, 1988) é mestre em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (2012), com a dissertação intitulada Rabo de Peixe – sociedade e forma urbana, publicada em 2016 pela Editora Caleidoscópio. O livro teve apresentações públicas na FAUP, Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas e na Casa dos Açores em Lisboa. Durante o percurso académico frequentou a École Polytechnique Fédérale de Lausanne (2010-2011). Trabalhou durante mais de sete anos em escritórios de arquitetura. Começou o seu percurso profissional nos M-Arquitetos (Ponta Delgada, 2013-2014), seguido do escritório Feld architecture (Paris, 2015). Ainda na capital francesa, integrou a equipa dos DDA architectes (2015-2016) onde trabalhou no restauro e na conservação da Villa E-1027, de Eileen Gray e Jean Badovici; e na manutenção das Unités de Camping, de Le Corbusier (em Roquebrune-Cap-Martin), obras que integram o património francês do século XX. No mesmo escritório, desenvolveu o projeto e o acompanhamento da obra de construção de uma moradia em Meudon, França, distinguida em 2017 com o prémio francês Archinovo. De regresso a Portugal, fez parte da equipa da Summary (Porto, 2017-2020). Desde 2020, é Bolseira de Investigação para Doutoramento – FCT e investigadora integrada no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU-FAUP), no grupo de investigação Morfologias e Dinâmicas do Território (MDT), onde desenvolve o seu estudo sobre o território dos Açores.

O Júri da 18ª edição, realizada em 2022, foi presidido por André Tavares (indicado pela OASRN – Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte), e constituído por Maria João Seixas (nomeada pela OASRN enquanto figura de relevo cultural externa ao campo disciplinar da Arquitetura), José Bernardo Távora (indicado pela Fundação Marques da Silva); Pedro Baía (indicado pela Casa da Arquitetura), e Francisco de Tavares e Távora Pereira Coutinho (designado pela família do Arquiteto Fernando Távora).

A proposta foi distinguida pelo Júri por reconhecer que o trabalho selecionado e premiado se destacava "pela acutilância do seu objeto — a produção, transporte e consumo de energia — e pela capacidade de entender a dimensão política, estratégica e social das infraestruturas que lhe dão suporte. Ao convocar a arquitetura para a percepção de obras como geradores eólicos, barragens, centrais geotérmicas e infraestruturas de transporte de energia, a proposta contribuiu para uma outra consciência das ações humanas. A escolha dos Açores e da Islândia como lugares para essa descoberta é particularmente feliz, na medida em que o problema da autosuficiência energética é enfrentado pela raíz e o impacto das obras de arquitectura na paisagem aferido à escala das várias ilhas."