17 junho 24 Lisboa e Vale do Tejo
Serviço de Encomenda e Cadernos de Concursos
A arquitectura pode ser uma narrativa que molda a experiência das
comunidades, deixando-nos um espólio que permanece ao longo dos
tempos. É a actividade que tem o poder de transformar o espaço, mas
também de inspirar modos de estar, respondendo às necessidades de
uma sociedade dinâmica e em constante evolução.
O serviço da Encomenda da Ordem dos Arquitectos, entre outros
aspectos, visa o apoio e assessoria na produção de Concursos que
salvaguardam a qualidade da arquitectura e o respeito pelo trabalho do
arquitecto, numa composição que, em conjunto com outras Entidades,
pretende eleger, justamente, um vencedor pelas suas capacidades
técnicas e criativas.
É este serviço que, em primeira instância, organiza
e regulamenta os Concursos e participa nos respectivos Júris, de
modo a que todo o processo de concepção arquitectónica seja o mais
transparente possível e o exercício da profissão de arquitecto se
torne cada vez mais respeitado, através dos seus princípios legais e
deontológicos.
A participação num Concurso de Arquitectura é uma oportunidade
de catalisar a excelência arquitectónica, através de propostas que
transcendam fronteiras, sem colocar em causa a promoção da
paisagem e do património edificado, salvaguardando a qualidade
de vida e do ambiente e pelo direito à arquitectura. A resposta a um
Concurso é um acto técnico, criativo e democrático, onde se aprende e
se dignifica a profissão, contribuindo ainda para o melhoramento dos
programas preliminares lançados, que podem e devem evoluir nesta
passagem.
Por tudo isto, há um culminar de produção técnica e criativa que não
pode cair no esquecimento. Esta publicação é, assim, uma antologia de
projectos que visa o seu registo, num determinado tempo, e sobre um
determinado contexto, para que não se perca o momento em que uma
série de arquitectos se debruçou sobre um objecto a Concurso e nos
deixou uma herança de produção arquitectónica e urbanística.
Pela cidade, pela arquitectura, pelos arquitectos, mas também pela
comunidade, este tem sido, é e será o exercício mais democrático onde
um conjunto de técnicos se debruça em função da melhor e mais
adequada resposta a um desafio condicionado a um programa, e tem de
ser, por isso, salvaguardado o seu legado.
Célia Maia
Vogal, Responsável pelo Pelouro da Encomenda da SRVLT da Ordem dos Arquitectos